RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O governador afastado de Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), renunciou nesta sexta-feira (11) ao cargo em carta protocolada horas antes da votação que definiria a abertura de processo de impeachment.

Carlesse alegou no comunicado entregue na Assembleia Legislativa que pretende se dedicar à sua defesa no âmbito judicial contra "as injustas e inverídicas acusações que lhe foram imputadas". O governador em exercício, Wanderlei Barbosa (sem partido), assume o cargo em definitivo.

Carlesse estava afastado do governo do estado desde outubro por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Uma das suspeitas contra ele é de que havia desvios de parte do que o estado repassava a hospitais referente ao Plansaúde (plano de saúde dos servidores estaduais). Segundo as investigações, uma porcentagem do dinheiro era devolvido ao governador e aliados, como propina.

A Procuradoria-Geral da República afirmou, em manifestação enviada ao STJ, que o grupo de Carlesse recebeu R$ 9,5 milhões entre 2018 e 2021 e desse total ao menos R$ 7,8 milhões não tem explicação para a origem.

O ex-governador também é acusado de ter adquirido materiais de pesca por intermédio de auxiliares, supostamente utilizando dinheiro do Hospital de Urgência de Palmas.

Em sessão nesta quinta-feira (10), os deputados estaduais haviam aprovado por unanimidade a formação de um Tribunal Misto para julgar o governador afastado. Um segundo turno da votação estava previsto para a tarde desta sexta.

Duas horas antes do início da sessão, a defesa de Carlesse entregou a carta de renúncia.

A posse em definitivo de Wanderlei Barbosa (sem partido), foi marcada para as 19h desta sexta na Assembleia Legislativa.