RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O governador do Rio, Cláudio Castro (PSC), afirmou que Polícia Civil foi recebida de forma brutal por criminosos ao entrar na manhã de quinta-feira (6) na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio. O número de mortos na operação subiu para 28 nesta sexta (7).

"A reação dos bandidos foi a mais brutal registrada nos últimos tempos. Armas de guerra prontas para repelir a ação do estado e evitar as prisões a qualquer custo. Em nenhum lugar do mundo, a polícia é recebida com fuzis e granadas quando vai cumprir seu papel", afirmou.

Em vídeo divulgado no início da noite, Castro disse ainda que a ação foi precedida de longa investigação que revelou uma rotina de terror e humilhação imposta pelo tráfico aos moradores da comunidade. O governador afirmou também que a operação foi previamente planejada.

"Antes de mais nada é preciso deixar claro que a operação de ontem, realizada pela polícia civil, foi o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça. Foram dez meses de investigação que revelaram a rotina de terror e humilhação que o tráfico impôs aos moradores."

Segundo ele, "crianças eram aliciadas e cooptadas pelo crime. Famílias inteiras eram expulsas de suas casas e mortas".

No entanto, o processo indicado pela Polícia Civil ao Ministério Público do Rio de Janeiro como objetivo da operação apresentava fotos de 21 homens publicadas em redes sociais, com suas identificações completas.

O governador relatou ter conversado com o procurador-geral da República, Augusto Aras, e com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin sobre a operação. Castro fez contato também com o procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, e com o defensor público-geral, Rodrigo Pacheco. "Tenham certeza que o Governo do Estado é o maior interessado em apurar as circunstâncias dos fatos."

Na quinta-feira (6), o governador disse que acompanhava, desde as primeiras horas, a operação da Polícia Civil do Rio. Questionado se havia autorizado a operação, o governador disse que as ações são programadas pelas secretarias de polícia. Ele foi informado sobre a operação pela manhã.

"Eu não autorizo nenhuma operação, elas são sempre resolvidas na técnica pelas secretarias de polícia. Mas estou acompanhando desde as primeiras horas", afirmou o governador, por mensagem.

Iniciada por volta das 6h, com autorização do STF (Superior Tribunal Federal), a ação ocorreu cinco dias depois do discurso de posse no qual Castro prometeu criar "uma polícia que esteja próxima do povo".

Realizada nos jardins do Palácio Guanabara, a solenidade marcou a posse definitiva de Cláudio Castro, após impeachment do antecessor, Wilson Witzel.

"Vou continuar enfraquecendo as milícias, reduzindo as taxas de crime, buscando cada vez mais uma polícia que preserve vidas, sobretudo as dos nossos bravos e guerreiros policiais. Uma polícia que atue com inteligência, que seja próxima do cidadão", discursou.

Castro prometeu criar "uma polícia de proximidade, que também atue nos bairros, não apenas nas áreas comerciais e turísticas". E concluiu: "Uma polícia que esteja próxima do povo".

Horas antes, ao discursar na Assembleia Legislativa do Rio, Castro afirmou que segurança pública é sinônimo de vida. "É meu compromisso reduzir índice de violência, sempre nos baseando em inteligência e investigação."