BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada Gleisi Hoffmann (PR), projeta um crescimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto.

Embora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidere em todos os cenários, o PT tenta desfazer-se da imagem do salto alto. No último Datafolha, em dezembro, o petista aparece isolado com 48%, seguido por Bolsonaro, com 22%.

"Nós avaliamos que Bolsonaro ainda pode subir. Não subestimamos a máquina administrativa", afirma.

A dirigente destaca a política expansionista da atual gestão, apesar do discurso liberal do Ministro da Economia, Paulo Guedes. Podem render votos o Auxílio Brasil, o vale-gás de R$ 52, e a promessa de crédito para ajudar os endividados.

Ela ressalta ainda que, mesmo sendo de extrema direita, na sua avaliação, o presidente ocupou o espaço da direita brasileira.

Nesse cenário, Gleisi acredita que o mais provável é haver uma disputa em segundo turno com Bolsonaro. "Vai ser uma eleição dura. Vai depender do número de candidatos da terceira via, mas, em nenhuma das nossas gestões, ganhamos no primeiro turno", sustenta.

Gleisi rejeita o sentimento de "já ganhou" no partido. Em entrevista ao jornal O Globo, o senador Jaques Wagner (PT-BA) declarou ser necessário "vestir a sandalinha da humildade". "O Jaques me cansa, já disse a ele. Ele parece estar o tempo todo tentando justificar o PT", afirma.

Segundo a dirigente petista, a legenda não tem arrogância. "Se tivesse, Lula não estaria fazendo esse esforço para ampliar o diálogo com o PSDB, com o centro. Não haveria conversa sobre federação", exemplifica.