SÃO PAULO, SP (UOL-OLHAPRESS) - Trabalhadores do serviço de limpeza urbana na cidade de São Paulo entraram em greve na manhã desta terça-feira (8) e paralisaram os serviços de varrição e coleta de lixo. A categoria organizou um protesto em frente ao prédio da Prefeitura de São Paulo para pedir que os trabalhadores do setor sejam vacinados contra a Covid-19.

"A categoria que nunca parou merece vacina, respeito e reconhecimento. Sem vacina, sem coleta", disse o Siemaco-SP (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo), que publicou um vídeo em sua página no Facebook.

Em participação no UOL Entrevista na manhã desta terça-feira (8), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) confirmou a greve e disse que a categoria não informou com antecedência sua intenção de paralisar os serviços, como determina a lei. "A gente teve confirmação hoje, às 6h, da greve desse setor que faz coleta, o que é muito preocupante, porque imagine se toda categoria fizer greve por vacina. Não houve comunicação como determina a legislação, com 72 horas de antecedência. Estamos dialogando e esperamos que o serviço seja retomado durante o dia", declarou Nunes.

O prefeito afirmou que os trabalhadores da limpeza estão no PNI (Plano Nacional de Imunização), mas ainda não foram imunizados devido à ordem de prioridade e culpou o governo federal por atrasos na entrega de vacinas. "No começo do ano, o Bruno Covas [prefeito morto no mês passado] fez uma carta de intenção para a compra de vacinas da Pfizer, Janssen e AstraZeneca, mas não temos comprado porque esses fabricantes querem vender para o Ministério da Saúde antes de vender para São Paulo. Se amanhã tiver vacina disponível, a gente compra", disse.

Outras categorias, como metroviários, motoristas e cobradores de ônibus e caminhoneiros, puderam se vacinar após pressão e ameaças de greve.

A prefeitura confirmou que entrou com uma ação judicial para tentar impedir a greve. O principal objetivo é tentar garantir que haja pelo menos um contingente mínimo em operação para garantir o recolhimento do lixo e evitar empilhamento de detritos nas calçadas. A prefeitura diz estar disposta a ouvir os trabalhadores, mas argumenta que depende não só do PNI como do governo estadual.

O UOL teve a informação de que representantes da classe tiveram uma reunião na segunda (7) com secretários do governo João Doria (PSDB) para tentar resolver a questão. A expectativa é que, tal qual os motoristas de ônibus em maio, haja conciliação.