SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta terça-feira (15) que seu país oferecerá asilo à jornalista russa que manifestou contra a guerra na Ucrânia, ao vivo, no principal telejornal da Rússia.

"Obviamente, vamos lançar medidas diplomáticas para oferecer proteção na embaixada ou um asilo na França. Terei a oportunidade, durante minha próxima reunião com o presidente Putin, de propor esta solução de forma direta e muito concreta", disse Macron.

A jornalista Marina Ovsiannikova surpreendeu o mundo na segunda (15), após levantar um cartaz que pedia o fim da ação militar russa no país vizinho, durante a transmissão do principal telejornal da Rússia, exibido desde os tempos soviéticos. A cartolina tinha frases como "não acreditem na propaganda" e "aqui todos mentem", além do "não à guerra", em inglês e russo.

Ela foi detida logo após a manifestação e, já nesta terça, foi julgada e condenada a pagar uma multa de 30 mil rublos (R$ 1.448) –pena bem inferior aos máximos 15 anos de prisão determinados em uma lei promulgada na semana retrasada.

Ovsiannikova é filha de um ucraniano com uma russa e, antes do protesto, publicou um vídeo em suas redes sociais, no qual criticava a decisão do Kremlin de iniciar a guerra no país vizinho. O governo russo, por outro lado, criticou a jornalista nesta terça e comparou seu protesto a atos de vandalismo.