SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O pedido do presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para igualar a tributação entre empresas do setor financeiro caiu como uma bomba no mercado de fintechs, que recolhem menos impostos do que os grandes bancos.

Executivos de empresas financeiras mais jovens dizem que a Febraban está fazendo pressão no governo para aumentar a taxação das fintechs, enquanto os próprios bancos criaram braços digitais que recolhem alíquota igual à das novatas.

Na avaliação deles, a entidade deveria pedir para o governo diminuir os impostos dos grandes bancos, e não para pesar sobre as novas empresas. Dizem que esta seria uma tática da Febraban para limitar a entrada de concorrentes no mercado.

A Zetta, associação que reúne fintechs, afirma que defende a redução da alíquota das instituições tradicionais e achou a proposta de Sidney espantosa.

“Esse é mais um episódio de um movimento das últimas semanas, em que representantes dos grandes bancos têm adotado discursos anticompetitivos contra as fintechs, numa manobra de defesa da concentração bancária”, diz a associação.

Procurada pela reportagem, a Febraban diz que não é construtiva a criação de estereótipos do grande contra o pequeno e que os bancos sempre se posicionaram a favor da concorrência.

“A discussão de fundo é evitar que se ampliem as distorções e assimetrias no mercado, pelo reequilíbrio e maior convergência do tratamento tributário entre empresas financeiras que exercem as mesmas atividades, para termos, além de alinhamento internacional, isonomia entre os agentes dos mesmos setores”, afirma a entidade.