SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - "A Espera de Liz", com Rosanne Mulholland e Zé Carlos Machado, é o primeiro filme brasileiro a compensar todas as emissões de carbono de sua produção. Segundo o ator e diretor Bruno Torres, a iniciativa teve um custo de R$ 12 mil —o que não representou nem 1% do orçamento do longa, que foi de R$ 1,65 milhão.

Dona da produtora Aquarela Midwest, Torres afirma que criou uma calculadora para mapear e estimar todas as emissões de gases de efeito estufa geradas durante a realização de uma obra.

No caso de "A Espera de Liz", os 124 dias de produção corresponderam à geração de 16,9 toneladas de gases poluentes. Eles foram compensados por meio do plantio de 130 árvores em áreas de preservação permanente e mapeadas via satélite.

"Não é um valor absurdo. A grande questão é fazer uma produção com responsabilidade socioambiental", diz. Embora pareça, em um primeiro momento, que os custos do filme serão mais altos, ele afirma que é possível reduzir outros gastos quando a compensação é pensada desde o início do projeto.

"Isso faz com que a sua produção trabalhe de uma forma muito mais eficaz, porque você fecha parcerias, você vê o que é descarte, o que é excesso", defende. Torres acrescenta que as produções audiovisuais brasileiras ainda não se conscientizaram da importância do tema. Ele lembra também que a Ancine não reconhece nem incentiva qualquer ação desse tipo. "É algo muito novo no audiovisual brasileiro, mas chegou um momento em que não dá mais para sobrecarregar esse planeta."

"A Espera de Liz" é o primeiro filme do cineasta. O longa estreia no próximo dia 17 de março e conta a história de Liz, interpretada por Simone Iliescu, que entra em depressão após o desaparecimento de Miguel (papel de Torres). Rosanne Mulholland faz Lara, irmã de Liz, e Zé Carlos Machado é Matheus, pai da protagonista.