MACEIÓ, AL (UOL/FOLHAPRESS) - A cantora e apresentadora Gretchen, de 62 anos, relembrou o início de sua carreira nos programas de TV do país, e pontuou que chegou a ser censurada pela ditadura militar brasileira (1964-1985), devido ao fato de usar roupa curta e dançar de forma sensual nas telinhas.

Durante entrevista ao podcast Podpah, a famosa recordou que, naquela época, ela era "o símbolo sexy do Brasil", além de ser revolucionária por rebolar de costas para o público em rede nacional de televisão. No entanto, em meio à censura da ditadura, ele foi proibida por um mês de aparecer em qualquer programa televisivo.

"Eu era o símbolo sexy do Brasil, porque eu dançava de shortinho, dançava de costas para o público, rebolava. Era muito afrontoso uma mulher dançar de costas para o público, dançava com um vestido transparente que aparecia a calcinha... Hoje todo mundo usa isso, até porque está na moda, mas naquela época era um absurdo, e eu fazia tudo isso, já com 18 anos, e foi um estrondo no Brasil", afirmou.

Em seguida, Gretchen relatou que, mesmo sendo filha de um militar, foi censurada pelos ditadores, que consideraram a forma como ela se comportava na TV inaceitável para os censores da época.

"Eu fui censurada, fiquei um mês que a censura me proibiu de fazer televisão, tinha a ditadura naquela época [tive que] ficar um mês sem aparecer em nenhum programa de TV. [Foram] na gravadora, falaram que eu não podia fazer mais televisão, porque era abuso... que mostrava muito, aí não podia", explicou.

Por fim, Gretchen analisou sua ascensão de uma pessoa anônima até se tornar "a mulher mais desejada do Brasil", presença constante nos principais programas de auditório do país, e capa de revistas adultas.

"Eu era anônima, filha de um militar, que não saia de casa sem a mãe, e da noite para o dia passo a ser a mulher mais desejada do Brasil, que posa nua, que aparece em todos os programas... Eu perdi a juventude, a minha adolescência eu não tinha, fazia uma média de mais de cinquenta shows por mês", completou.