SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de quatro meses em cartaz no Museu da Imigração, a exposição "Quem Conta Essa História: Jornalistas Refugiados ou Refugiados Jornalistas?" chega ao Memorial da América Latina, na Barra Funda, em São Paulo.

A mostra, que abre nesta quinta (10), ao meio-dia, é resultado de uma parceria do jornal Folha de S.Paulo com o Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) e o Memorial. Com entrada gratuita, fica em exibição até 31 de agosto.

Parte da celebração do centenário do jornal e dos 70 anos do Acnur, a exposição tem origem em uma série de reportagens publicadas pela Folha de S.Paulo em outubro de 2020. A coordenação do projeto ficou a cargo de Flávia Mantovani, repórter da editoria Mundo do jornal e autora do blog Babel Paulistana no site da Folha de S.Paulo.

As histórias de Carlos (Venezuela), Claudine (República Democrática do Congo), Kamil (Turquia) e Victorios (Síria) guiam a mostra. Sob forte ameaça, muitas vezes risco de morte, esses quatro jornalistas se refugiaram no Brasil.

Nesses quatro casos, a violência que atingiu os repórteres foi muito além das ofensas nas redes sociais. Prisão, tortura, agressões e ameaças físicas se tornaram perigos concretos, dos quais eles tiveram que fugir.

"São histórias que mostram aonde nós, no Brasil, não queremos chegar. Elas revelam o quão grave pode ser o autoritarismo de um governo que quer controlar ou calar a imprensa", diz Mantovani. A mostra reúne dados relevantes sobre os refugiados, mas não se restringe à frieza das estatísticas. Por meio de relatos e imagens feitas por Bruno Santos, fotógrafo da Folha de S.Paulo, a exposição revela os dramas da migração forçada.

Composta por fotos, vídeo, textos e gráficos, a mostra tem curadoria de Miguel Pachioni, assessor de comunicação do Acnur, Lia Gomes e Vanessa Poitena --esta última também responsável pela expografia.

Os textos sobre os refugiados são de autoria de jornalistas da Folha de S.Paulo. Além de Mantovani, assinam os perfis Beatriz Peres, Fábio Zanini, Naief Haddad e Patrícia Campos Mello.

A exposição no espaço Gabo, um dos salões do Memorial, segue os protocolos de segurança contra a disseminação da Covid-19, considerando o devido distanciamento entre os visitantes. A lotação é limitada a 15 pessoas a cada 30 minutos.

No dia 15 de junho, às 18h, acontece uma oficina sobre cobertura jornalística a respeito de refugiados como parte da programação da mostra.

Voltada especialmente para jornalistas de comunicação corporativa e estudantes de comunicação, a oficina terá a participação de Mantovani (Folha de S.Paulo), Pachioni (Acnur) e Claudia Cursino, professora de língua portuguesa para refugiados e bolsista da fundação do Memorial.

Será um encontro online, com inscrições gratuitas.