Ex-ministro Abraham Weintraub critica Tarcísio e abre disputa na direita pelo governo de SP
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quinta-feira, 24 de março de 2022
FÁBIO ZANINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub passou a criticar seu ex-colega de governo Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) em redes sociais e questionar suas credenciais conservadoras. Ambos pretendem ser candidatos ao governo de São Paulo.
Em uma série de comentários em resposta a usuários do Twitter no último sábado (19), Weintraub diz que não se pode colocar a mão no fogo por Tarcísio e questiona se ele terá firmeza para defender os cidadãos que forem vítimas de arbitrariedades do Estado.
"Você é avalista do Tarcísio? Você já trabalhou com ele? Você conhece ele tão bem? Você põe sua mão no fogo por ele?", respondeu a um usuário que recomendou que Weintraub dispute o Senado e deixe a vaga de governador para o atual ministro da Infraestrutura.
Em resposta a outro perfil, Weintraub promete usar a Polícia Militar para proteger cidadãos que forem alvo de alguma ação autoritária do Estado, e insinua que Tarcísio não fará o mesmo.
"Tem certeza que o Tarcísio, como chefe da PM de SP, vai te proteger?", afirma. Ele repete a mesma argumentação em resposta a outros pedidos para que se candidate a um cargo legislativo.
"E quando vierem te prender? Eu, como senador, vou te ajudar com um discurso?".
Weintraub filiou-se recentemente ao partido Brasil 35, novo nome do Partido da Mulher Brasileira, e tenta viabilizar sua candidatura ao governo. Em breve, ele deve deixar um cargo no Banco Mundial para colocar de pé sua pré-campanha.
O ex-ministro pretende se apresentar como único candidato verdadeiramente conservador no estado, e por isso vem criticando a influência do centrão no governo. Tarcísio deve em breve se filiar ao PL, um dos expoentes desse campo político.
A movimentação de Weintraub vem incomodando o presidente Jair Bolsonaro (PL), principal patrocinador da candidatura de Tarcísio. Weintraub assegura, no entanto, que segue apoiando a reeleição do atual presidente.