Ex-consulesa da França celebra representatividade negra na SPFW
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sexta-feira, 19 de novembro de 2021
MARTHA ALVES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Alexandra Loras, ex-consulesa da França no Brasil e ativista antirracismo falou sobre a representatividade negra que Paulo Borges, criador da São Paulo Fashion Week, trouxe para a moda. Nesta sexta-feira (19), ela esteve no evento, prestigiando o desfile da Neriage da primeira fila.
Loras, que também desfilará para a grife Baskat no sábado (20), diz que fica emocionada ao ver o lugar de fala e atuação de Paulo Borges após ter adotado uma criança negra e ver no dia a dia a auto-estima do filho. "[Paulo viu] a necessidade de trazer mais representatividade na vida [do filho], no dia a dia dele."
"Ele se tornou uma das maiores vozes, ativista, militante da causa negra. Ele é um homem branco que usa seu espaço de poder para favorecer a causa como aliado, defendendo e ajudando na falta de representatividade."
Para Loras, Borges virou um porta-voz para inspirar toda a moda, que incentiva a tendência no mundo para entender que a representatividade é legal, moderna e contemporânea.
"A inclusão não precisa ser algo doloroso, precisa ser uma reparação na forma de enaltecer a beleza, as belezas plurais e não 'vamos ajudar através de cotas', que são necessárias", diz a ex-consulesa.
Loras afirma que no mercado da moda o negro não é mais visto como o coitado, mas como algo do afrofuturo, do empoderamento negro. "Paulo deixou os negros protagonizarem a narrativa deles."