SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O estado de São Paulo tem neste sábado (16) o chamado "Dia V" de vacinação. A mobilização acontecerá nos 645 municípios paulistas e terá como objetivo a aplicação da segunda dose e da dose adicional da vacina contra a Covid-19, e também a atualização da carteirinha de crianças e adolescentes pela campanha de multivacinação.

Atualmente, o estado tem 4,1 milhões pessoas com a segunda dose contra a Covid-19 atrasada. Destas, 2,1 milhões precisam concluir o esquema vacinal com o imunizante da Pfizer, 1 milhão com Astrazeneca e 915 mil com Coronavac.

Para a Secretaria Estadual da Saúde, o número maior de pessoas com a segunda dose de Pfizer atrasada pode ter ligação com a antecipação de 12 para 8 semanas no intervalo entre as doses, definida no mês passado.

Na capital paulista, são cerca de 505 mil pessoas com doses em atraso, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.

A pasta municipal afirma que "realiza uma busca ativa para orientar sobre a importância de completar o esquema vacinal e para compreender as causas da ausência, que podem ser desde uma mudança de endereço, à espera por um acompanhante para ir ao local de vacinação e até mesmo um mero esquecimento".

Segundo o governo estadual, da gestão João Doria (PSDB), a campanha deste sábado (16) também será utilizada para a atualização da plataforma Vacivida com o registro dos dados das pessoas que já foram vacinadas, mas que, por algum motivo, não tiveram seus dados cadastrados no sistema.

A Vacivida é um sistema online, oficial do estado de São Paulo, para o registro nominal de doses aplicadas da vacina contra a Covid-19. O registro normalmente é feito pelos profissionais de saúde no momento da aplicação do imunizante.

Na cidade de São Paulo, o "Dia V" acontecerá em duas frentes. Uma será focada na vacinação contra a Covid-19. Ela ocorrerá nos megapostos, drive-thrus e farmácias cadastradas para aplicação da segunda dose e a adicional para trabalhadores da saúde com 18 anos ou mais, idosos com mais de 60 anos e pessoas com alto grau de imunossupressão com mais de 18 anos.

Para a imunização adicional, todos os públicos precisam ter tomado a segunda dose ou dose única há pelo menos 6 meses.

A outra frente acontecerá nas 469 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da capital com exclusividade na campanha de multivacinação.

Nela, crianças e adolescentes de 0 a 15 anos poderão ter atualizadas suas cadernetas de vacinação com 16 tipos de imunizantes que protegem contra cerca de 20 doenças.

As vacinas disponíveis serão: BCG, hepatites A e B, poliomielite, rotavírus, pentavalente (DTP+Hib+HB), pneumocócica, meningocócicas C e ACWY, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, HPV e difteria tétano.

Os menores de idade deverão ir acompanhados de pais ou responsáveis e levar a caderneta de vacinação e documento com foto de ambos.

Na falta da caderneta, o documento já será o suficiente para atualizar a situação vacinal.

"Mesmo que a caderneta de vacinação esteja completa, recomendamos que os postos sejam procurados. Com o passar dos anos, algumas vacinas são atualizadas e uma nova aplicação é indicada. Um exemplo é a vacina meningocócica ACWY, que está disponível para adolescentes de 11 e 12 anos", afirma a secretaria municipal em nota.

O alerta para o grande número de crianças e adolescentes em situação de atraso, falta ou necessidade de reforço de vacinas veio do balanço das duas primeiras semanas da campanha de multivacinação.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde São Paulo, seis a cada 10 crianças e adolescentes que compareceram aos postos desde o dia 1º de outubro estavam com vacinas atrasadas.

Além da mobilização deste sábado, a campanha de multivacinação continuará ocorrendo até do dia 29 de outubro.

A secretaria alerta que adolescentes acima de 12 anos que receberem o imunizante da Pfizer contra a Covid-19 precisam aguardar 14 dias para receberem vacinas contra outras doenças.

Será lançado neste sábado, pela Prefeitura de São Paulo, a ferramenta "De Olho na Carteirinha". Ela faz parte do Plano Municipal para Aumento da Cobertura Vacinal e permitirá o acompanhamento online dos jovens que estejam com as carteirinhas de vacinação atrasadas.

Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), os dados das crianças e adolescentes serão digitalizados e enviados diretamente para a UBS próxima à residência destes menores de idade.

A unidade ficará responsável por fazer a busca ativa da criança e atualizar a carteirinha de vacinação.

"A cobertura vacinal será avaliada mensalmente por região com foco naquelas com menores cobertura e todas as maternidades do município serão capacitadas para ampliação da vacina BCG", afirma a Secretaria Municipal da Saúde em nota.

Segundo a pasta, o plano atuará em três pontas: serviços de saúde, serviços de educação e sociedade civil.

No âmbito da saúde, 1.016 equipamentos da rede municipal, hospitais e clínicas da rede privada, com o apoio da sociedade de pediatria, ajudarão a identificar as carteirinhas atrasadas e comunicar as UBSs.

No da educação, serão feitas parcerias com as secretarias municipal e estadual para que as escolas possam solicitar cópias das carteirinhas de vacinação dos alunos e assim avaliar, junto à UBS da região, a situação de cada criança. Segundo a secretaria, o Sindicato das Escolas Particulares será procurado para que essas instituições de ensino também façam parte do projeto.

"Com relação a sociedade civil, nós vamos fazer estratégias de comunicação disponibilizadas em locais de grande circulação como supermercados e shoppings para que essa iniciativa seja compartilhada com a população", explica a secretaria executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde, Sandra Sabino.