BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS)- Depois de o governo belga ter confirmado um primeiro sequenciamento da variante ômicron na Europa, de uma mulher não vacinada que passou pela Turquia e pelo Egito, o secretário para Assuntos Sociais e Integração do estado de Hesse (oeste da Alemanha), Kai Klose, afirmou que o novo mutante "muito provavelmente já chegou" ao país.

"Na noite passada, várias mutações típicas do Omicron foram encontradas em um viajante que voltava da África do Sul", escreveu o secretário em rede social. O paciente se auto-isolou, enquanto aguarda o sequenciamento completo do coronavírus.

Segundo o secretário, embora ainda não haja confirmação, as autoridades de saúde têm um "alto nível de suspeita" de que a cepa seja a ômicron, que foi classificada nesta sexta (27) como variedade de preocupação, por ter potencial de ser mais transmissível e menos controlável pelas vacinas atualmente disponíveis.

Ainda são necessárias algumas semanas para obter evidências científicas sobre a ômicron, mas, por causa do número e do tipo de mutações que ela apresenta, países anunciaram pedidas preventivas e fabricantes de vacina começaram a desenvolver adaptações.

Governos estaduais alemães recomendaram a passageiros que tenham chegado do sul da África que façam testes e se isolem até obter resultado negativo.

Restrições contra a transmissão do coronavírus foram apertadas na última semana na Alemanha, atingida por um forte aumento de novos casos de Covid. O combate à pandemia foi citado como a prioridade do potencial próximo primeiro-ministro do país, Olaf Scholz, na quarta (24), ao anunciar o acordo de coalizão para um novo governo.

Na Holanda, testaram positivo para Covid 61 dos 600 passageiros que chegaram de dois vôos da África do Sul -mais testes estão sendo feitos para determinar qual a variante de coronavírus.

Segundo as autoridades de saúde holandesas, os viajantes que testaram positivo foram isolados em hoteis ou instalações próximas do aeroporto de Schiphol.

"Estamos pesquisando o mais rápido possível se a variante é a ômicron", afirma o comunicado.

Na noite desta sexta, os 27 países da União Europeia proibiram temporáriamente a entrada de voos vindos de sete países africanos ( África do Sul, Botsuana, Suazilândia (Eswatini), Lesoto, Namíbia, Moçambique e Zimbábue), medida que já havia sido antecipada por alguns países em vários continentes, na tentativa de adiar a entrada da nova cepa.

Medida semlhante foi tomada pelo Brasil em relação a seis países: África do Sul, Botsuana, Suazilândia (Eswatini), Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

A apreensão em relação à nova variante levou a OMC (Organziação Mundial do Comércio) a adiar indefinidamente sua 12ª Conferência Ministerial. A principal cúpula da entidade começaria na próxima semana na Suíça, país que seguiu a suspensão de voos adotada pela UE.

Na noite de sexta (26), o ECDC (centro europeu de controle de doenças) divulgou avaliação de risco da variante ômicron recomendando que países elevem a prevenção enquanto aguardam resultados das pesquisas científicas.

"Dados preliminares, com base em informações genéticas disponíveis atualmente, são de que os riscos da ômicron são altos", afirma o comunicado. "A variante é mais divergente detectada em números significativos durante a pandemia até o momento, levantando sérias preocupações de que pode reduzir significativamente a eficácia das vacinas e aumentar o risco de reinfecções."

Segundo a diretora do ECDC, Andrea Ammon, as três prioridades são ampliar a vacinação completa, reforçar a imunização dos que têm 40 anos ou mais e implantar restrições de circulação e contato.

COMO EVITAR NOVAS ONDAS DE COVID

1 - Medidas de saúde pública

- Vacinar a maior parcela possível de idosos, vulneráveis e profissionais de saúde

- Vacinar a maior parcela possível da população adulta

- Ouvir os que recusam a vacina para entender seus motivos, dar respostas a suas dúvidas e restaurar a confiança na imunização

- Vacinar jovens e crianças, nos países em que há imunizantes suficientes e já aprovados para essas faixas etárias

- Dar a todos os adultos uma dose de reforço seis meses após a vacinação completa, priorizando idosos e vulneráveis Manter sistema de testes, rastreamento de contatos e isolamento de casos suspeitos Manter orientações claras contra aglomeração e de uso de máscara em locais fechados ou onde distanciamento não for possível

- Divulgar informações de forma clara e transparente

- Quando os números refluírem, retirar restrições de forma gradual, sem reduzir vigilância

2 - Medidas individuais

- Vacinar-se completamente e tomar a dose de reforço seis meses após a vacinação completa, se disponível Evitar aglomerações e locais fechados

- Usar máscaras quando o distanciamento for impossível; o uso eficaz de máscara envolve cobrir boca e nariz e evitar contaminação ao retirá-la

- Cobrir boca e nariz com a parte interna do cotovelo ao tossir ou espirrar, para evitar transmissão do vírus pelas mãos

- Lavar as mãos constantemente, com sabão, durante ao menos 20 segundos

- Testar-se se tiver sintomas e evitar contatos até receber um resultado negativo Isolar-se e avisar contatos se tiver resultado positivo