Escola, shopping e supermercado vão deixar de exigir máscara em SP
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quinta-feira, 17 de março de 2022
WESLEY FARAÓ KLIMPEL
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Entidades de bares, restaurantes, shoppings, supermercados e escolas particulares paulistas afirmam que vão seguir a medida anunciada pelo governador João Doria (PSDB), nesta quinta-feira (17), de flexibilizar o uso de máscaras em ambientes fechados no estado de São Paulo. A Igreja Católica, entretanto, ainda deve recomendar o uso do item.
Hospitais, serviços de saúde, transporte público e locais de acesso, como estações de metrô e trem e terminais de ônibus, porém, são exceções. Nesses locais, a proteção contra Covid permanece obrigatória no estado (entenda as regras).
Como o governo paulista já havia flexibilizado o uso de máscara em ambientes abertos, era comum que pessoas entrassem em bares e restaurantes sem o item.
Joaquim Saraiva, presidente da Abrasel-SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), diz que o setor já havia notado entre clientes a tendência de não utilizar mais a máscara.
"Alguns comentavam que não viam mais sentido de não usar máscara em ambiente aberto e colocar quando entravam num ambiente fechado. Eles entravam no ambiente fechado, descuidavam-se e ficavam sem", afirma ele.
Saraiva diz que, apesar dos sinais de melhora da pandemia no país, bares e restaurantes serão instruídos a manter medidas de proteção. "Os nossos maiores cuidados continuam, como a higienização do ambiente e álcool em gel, isso vamos continuar seguindo."
Outro setor beneficiado com o decreto é o comércio paulista. Para Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, "dentro do cenário em que estamos vivendo, é uma medida bastante razoável". A entidade abrange estabelecimentos como supermercados e lojas de vestuário e material de construção.
Ele lembra que profissionais de serviço trabalharam durante toda a crise sanitária e que houve a adoção de medidas para diminuir riscos, como proteção física dos atendentes e também o menor número de pessoas por metro quadrado.
"Vamos continuar fortalecendo e conscientizado para que as pessoas usem álcool em gel, que lavem as mãos e, se possível, que mantenham as próprias máscaras", diz o dirigente sindical. "Se for possível, mesmo com o decreto, que se use a máscara. É uma prevenção ampliada, melhor para todos nós."
Por meio de nota, a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) afirma que "seguirá as determinações das autoridades de São Paulo, tomadas com base nas orientações científicas, a respeito do fim da obrigatoriedade das máscaras".
Para Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), a decisão do governo paulista demorou para ser aplicada. "A criança da escola privada já sofreu demais. O uso de máscara é totalmente impessoal, a criança não consegue usar as habilidades cognitivas direito", afirma.
Ele diz que a entidade enviou uma carta na última semana para o secretário estadual de educação e para o governador solicitando a revisão dos protocolos de saúde. No documento, é citado o impacto da pandemia na alfabetização dos alunos.
Já a Arquidiocese de São Paulo diz que respeita a decisão do governo paulista, mas que dará outras orientações a quem frequentar os ambientes internos das igrejas e organizações eclesiais.
A justificativa, segundo a entidade religiosa, é "para não colocar em risco a saúde das pessoas idosas, com comorbidades ou as que ainda não estão com a vacinação completa contra a Covid-19".
"É importante que ainda se mantenham os cuidados preventivos, como a higienização das mãos, a limpeza e a ventilação dos ambientes", afirma, em nota.