WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O enviado especial dos Estados Unidos para o Haiti, Daniel Foote, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (22) alegando que não quer ser associado às decisões do governo de Joe Biden de deportar milhares de migrantes haitianos detidos na fronteira americana.

Em uma carta enviada ao secretário de Estado Antony Blinken, Foote disse descreveu a conduta do governo americano diante da crise migratória como "desumana" e "contraproducente" devido ao agravamento da violência e do cenário de insegurança no país caribenho.

"Nossa abordagem política para o Haiti continua profundamente falha, e minhas recomendações foram ignoradas e rejeitadas", disse Foote na carta para Blinken.

O enviado especial também critica a decisão de Washington de apoiar o atual primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, que assumiu o comando do país após o assassinato do presidente Jovenel Moïse --crime no qual o próprio Henry é suspeito de envolvimento.

Para Foote, os EUA não aprendeu com os próprios erros cometidos em outras "intervenções políticas internacionais no Haiti". "A arrogância que nos faz acreditar que devemos escolher o vencedor --mais uma vez-- é impressionante", escreve Foote.