SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira, Vitorio Sorotiuk, disse que a entidade já arrecadou mais de R$ 400 mil em doações para ajuda humanitária à Ucrânia. Segundo ele, o valor vem aumentando dia a a dia conforme a campanha ganha uma maior divulgação pelo país.

Sorotiuk diz não saber informar se no total arrecadado estão computados os R$ 211 mil da vaquinha arrecadada na Ucrânia pelo deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei, e por Renan Santos, coordenador do MBL (Movimento Brasil Livre). Segundo ele, os depósitos não são identificados "para evitar que fique algo personalista".

Ele confirma, no entanto, que recebeu um telefonema do movimento afirmando que faria a doação.

O MBL afirma que já fez a doação, e apresentou inclusive os recibos da transação em prestação de contas divulgada nesta semana. Os depósitos, de acordo com os documentos, foram feitos na segunda (7), em valores de R$ 120 mil e R$ 91 mil.

A representação ucraniana diz que a doação não altera em nada a sua posição de defesa da cassação do mandato de Arthur do Val, que responderá a processo na Assembleia Legislativa depois de afirmações de cunho sexista sobre as mulheres ucranianas. Na viagem que fez ao país em guerra, ele gravou áudios dizendo que elas eram fáceis porque eram pobres.

"Eu disse [ao MBL] que a doação está aberta a todos. Mas afirmei que nós vamos manter a nossa posição crítica ao Arthur do Val e, inclusive, recomendamos que seja aberto um procedimento de cassação do mandato dele por violação do decoro parlamentar", afirmou.

Para Sorotiuk, os áudios revelam a inaptidão de Arthur do Val para exercer um cargo público.

"A minha opinião é que ele deveria poupar o trabalho da Assembleia, renunciar ao mandato e ir direto para uma clínica médica", afirma. "Eu acho que existe um problema sério dele, da conduta e da relação dele com as mulheres", afirmou.

Vitorio Sorotiuk também demonstrou estar insatisfeito com a postura do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), em relação à Ucrânia. "Não é que eu queira condená-lo, ele se condenou."

Para ele, Bolsonaro tem agido de forma incorreta em vários aspectos, como ao não demonstrar empatia com o sofrimento dos descendentes de ucranianos no país e colocar o Brasil como neutro no conflito, não se posicionando contra a Rússia, que tem um "exército poderoso".