SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Instituto Vencer o Câncer escreveu uma carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro nesta quarta (28) contra o veto ao projeto de lei que amplia a obrigatoriedade dos planos de saúde na cobertura de quimioterápicos de uso oral.

Na última segunda (26), o governo federal argumentou que a medida causaria impacto financeiro às operadoras e, consequentemente, um aumento nos valores pagos pelos beneficiários.

​Pelo projeto, bastaria que o medicamento tivesse registro na Anvisa para entrar no rol de fornecimento das operadoras. Hoje é necessário um aval adicional da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Na carta, o instituto diz que recebeu o veto com perplexidade, porque o presidente, ao usar de argumentos econômicos, não considerou que pacientes sem o tratamento necessário dependem de internações e procedimentos complexos, o que elevaria ainda mais os custos do sistema de saúde.

A entidade discorda da estimativa de que a incorporação dos medicamentos pesaria para as operadoras. “Estimamos o benefício para 50 mil pacientes em um universo de quase 48 milhões de usuários, com 555 mil novos beneficiários somente no ano passado”, diz.

Afirma também que a análise da ANS para incorporar medicamentos tem sido burocrática e ineficiente.