Doria parabeniza Barroso por decisão sobre passaporte da vacina contra Covid
PUBLICAÇÃO
sábado, 11 de dezembro de 2021
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), parabenizou a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), de determinar a obrigatoriedade do passaporte da vacina contra Covid no Brasil.
"Temos que proteger os brasileiros. Decisão acertada do Ministro", afirmou Doria, em tuíte.
Barroso determinou, neste sábado (11), a obrigatoriedade do passaporte da vacina contra Covid-19 para todo viajante que vier do exterior.
O documento só não será necessário em caso de pessoas que tenham uma justificativa médica para ausência do comprovante de vacinação e em caso de pessoas que venham de países em que não haja vacina disponível.
O governo Jair Bolsonaro (PL), adversário político de Doria, vinha sendo cobrado para adoção da medida -principalmente após a aparição e espalhamento da variante ômicron-, mas resistia. Nesta semana, o governo determinou que viajantes vindos do exterior precisariam cumprir cinco dias de quarentena caso não apresentassem o comprovante de vacinação. O início da aplicação da medida, porém, foi adiado após ataque cibernético aos sistemas do Ministério da Saúde.
Segundo Barroso, somente testes negativos de Covid ou quarentena, que dificilmente poderia ser controlada, não são opções para o passaporte vacinal. O ministro diz que permitir a livre opção pela quarentena "cria situação de absoluto descontrole e de consequente ineficácia da norma".
Barroso também afirmou, em sua decisão sobre o tema, que existe urgência no passaporte, considerando o período de fim de ano, no qual há aumento de viagens, e pelo risco de o Brasil se tornar um destino antivacina.
Diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tornaram pública a preocupação com a possibilidade de a não exigência do passaporte vacinal fazer com que o país se torne um destino para turismo antivacinal.
Bolsonaro pessoalmente se coloca contra a exigência do passaporte. "Queriam que a gente impusesse aqui a obrigação do cartão vacinal. Como eu posso aceitar o cartão vacinal se eu não tomei vacina? É um direito meu de não tomar, como é o direito de qualquer um aqui", disse o presidente, na última quinta (9).
Na mesma ocasião, Bolsonaro direcionou palavrão à gestão Doria, que havia afirmado que que, se o governo federal não aderisse ao passaporte da vacinal, o documento passaria a ser exigido, de toda forma, no território paulista a partir de meados de dezembro.
Por toda a pandemia, foi clara a rixa entre Bolsonaro e Doria --que colou sua candidatura ao governo de São Paulo, em 2018, à figura do presidente--, algo ainda intensificado com o início da vacinação no país com doses da Coronavac, vacina contra a Covid produzida no Instituto Butantan, em São Paulo. Em 2022, os dois devem se enfrentar na disputa presidencial.

