SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (1º) que o reforço para a população acima de 60 anos e para imunossuprimidos acima de 18 anos começará a partir de segunda-feira (6) no estado de São Paulo.

O esquema começa com pessoas acima de 90 anos, entre 6 e 12 de setembro. Esse público é composto por 148,7 mil pessoas. Posteriormente, entre 13 e 19 de setembro, serão vacinados mais 231,7 mil pessoas faixa de 85 a 89 anos.

A terceira dose termina de ser aplicada em 10 de outubro, quando toda a população acima de 60 anos terá recebido este reforço.

A informação foi dada durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes, para anunciar medidas contra o coronavírus.

De acordo com Doria, 7,2 milhões de pessoas receberão a dose adicional da vacina. O público-alvo deve estar vacinado há mais de seis meses.

Durante o evento, membros do governo defenderam o uso da Coronavac como terceira dose, na contramão de posicionamento do governo federal que exclui a vacina do Butantan.

Nota Técnica 27/2021 diz que "houve a demonstração da amplificação da resposta imune após a terceira dose" da Coronavac, assim como das outras três vacinas usadas no Brasil: Pfizer, AstraZeneca/Fiocruz e Janssen.

Depois de listar os benefícios das vacinas, na conclusão da secretária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Melo, a Coronavac é descartada para ser aplicada em pessoas com mais de 70 anos ou imunossuprimidas. A preferência é para a vacina da Pfizer ou, se não houver disponibilidade, para as outras duas do mercado.

"Havendo disponibilidade de Coronavac e nós deixando, de acordo com a disponibilidade, possa ser utilizada essa dose adicional, usando mais vacinas da Coronavac, nós teremos mais vacinas da Pfizer para concluir três questões importantes", disse o médico João Gabbardo, membro do grupo de médicos que atua no combate ao coronavírus pelo governo paulista. Entre os pontos citados, estão adiantar a segunda dose, vacinar adolescentes e eventualmente dar um reforço para profissionais de saúde no futuro.

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, diz que mesmo na nota técnica a Coronavac também é citada. "Só que no momento da conclusão ela conclui pela vacina da Astrazeneca e da Pfizer. Nós estamos tratando aqui de questões técnicas, científicas e essas apontam que a terceira dose com a Coronavac aumenta enormemente a resposta imune. Do outro lado nós temos um posicionamento que é até mais político do Ministério da Saúde quando descredencia, vamos dizer assim, essa vacina como terceira dose", disse Covas.

Doria ainda criticou o Ministério da Saúde, que, segundo ele, se colocou de forma distante do que a ciência determina. "A começar de um ministro que declara que máscara não é necessária em plena pandemia", disse o governador, referindo-se ao ministro Marcelo Queiroga.

O governador também comemorou metade da população paulista com ciclo vacinal completo. "Neste momento estamos com 49,5% da população adulta com esquema vacinal completo. É o estado que mais vacina no Brasil e São Paulo vacinou mais do que muitos países do primeiro mundo. Isso é um orgulho para a ciência, a medicina e a saúde pública do Brasil, e especificamente de SP”, disse.

O Butantan também anunciou a vacinação em massa de pessoas acima de 60 anos da cidade de Serrana, com 5.000 doses da vacina Coronavac. A cidade passou por um estudo de vacinação em massa.

Agora, a ideia é também checar os resultados em relação à variante Delta do coronavírus.

Atualmente, a taxa de ocupação das UTIs do estado está em 35,10%. Na Grande SP, é de 35,93%.

"Nós temos internados 3.145 pessoas. Lembrem que no pico da segunda onda chegamos a 13.150 pacientes internados. Temos 10 mil pessoas a menos", disse o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn. Na semana, os casos caíram 8,4%, as internações em 11,9% e os óbitos em 20,7%.

VEJA O CALENDÁRIO

6 a 12/9 - 90 anos +

13 a 19/9 - 85 a 89 anos

20 a 26/9 - 80 a 84 anos e imunossuprimidos

27/9 a 3/10 - 70 a 79 anos

4/10 a 10/10 - 60 a 69 anos