<p>BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em março, ultimo mês antes do retorno do auxílio emergencial, houve alívio nas contas públicas e a dívida bruta do governo recuou 0,9 ponto percentual em relação ao mês anterior, para 89,1% do PIB (Produto Interno Bruto). Os dados foram divulgados pelo BC (Banco Central) nesta sexta-feira (30).

</p><p>Ao todo, o endividamento público soma R$ 6,72 trilhões.

</p><p>De acordo com o BC, houve mais resgates que emissões de títulos para financiamento da dívida no período, que contribuiu para queda de 1 ponto percentual no montante. Além disso, o crescimento do PIB nominal (em reais) puxou o endividamento 0,6 ponto para baixo.

</p><p>A dívida registra crescimentos expressivos por mês desde o início da pandemia. Depois da chegada do vírus ao país, o governo teve de gastar mais em programas emergenciais, como o auxílio emergencial e linhas de crédito para empresas.

</p><p>Com isso, em 12 meses, a dívida bruta aumentou 12,15 pontos percentuais -em março do ano passado o montante estava em 76,93% do PIB. Os valores podem ser diferentes dos anunciados anteriormente pelo BC porque a série é revisada com frequência.

</p><p>Após três meses sem as despesas, o governo iniciou uma nova rodada de auxílio emergencial, que começou a ser paga no início de abril. A medida deve impactar novamente as contas públicas, mas em menor magnitude. O benefício, dessa vez, terá valor médio de R$ 250, mas poderá ser de R$ 150 ou R$ 375, dependendo do tamanho da família do beneficiário.

</p><p>A dívida líquida, que desconta os ativos do governo, também registrou queda de 0,4 ponto percentual em março e alcançou 61,3% do PIB. Segundo a autoridade monetária, a alta do dólar de 3% no período contribuiu para redução de 0,6 ponto no montante e o resultado positivo nas contas públicas representou 0,1 ponto.

</p><p>Quando há valorização da moeda americana, há redução do valor da dívida líquida em reais porque são descontadas as reservas internacionais, mensuradas em dólar.

</p><p>Pela metodologia do BC, o setor público teve superávit primário de R$ 5 bilhões em março.

</p><p>O resultado primário indica a capacidade do governo de pagar as contas, excluindo os encargos da dívida pública. Se as receitas são maiores que as despesas, há superávit. Caso contrário, há déficit.

</p><p>No primeiro trimestre do ano, o resultado foi positivo em R$ 51,6 bilhões. Já nos 12 meses, o déficit primário alcançou R$ 663,1 bilhões.

</p><p>O resultado nominal, que inclui o custo da dívida, se reduziu no acumulado dos 12 meses e foi para R$ 973 milhões. O montante havia ultrapassado R$ 1 trilhão no fim do ano passado e permaneceu no patamar até fevereiro.</p>