Distritão favorece candidatos da milícia e do tráfico, diz presidente da comissão da PEC da reforma eleitoral
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quinta-feira, 15 de julho de 2021
CAMILA MATTOSO
TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) - O deputado Luis Tibé (Avante-MG), presidente da comissão especial que debate PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da reforma eleitoral, é contra a adoção do chamado distritão.
A adesão ao sistema está no texto apresentado pela deputada Renata Abreu (Podemos-SP), relatora da PEC, e seria uma forma transição para o modelo distrital misto.
Para o presidente da comissão, a substituição do sistema proporcional pelo distritão facilita o surgimento de candidatos apoiados por milícias, pelo tráfico e aqueles com maior poder financeiro.
Ainda segundo o parlamentar, após a eleição, o efeito colateral é uma maior dificuldade na interlocução do Executivo com o Legislativo, uma vez que o modelo enfraquece os partidos e individualiza as tratativas entre os poderes.
Tibé também é presidente nacional do Avante.
O parlamentar disse à reportagem que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pediu uma proposta de reforma para ser votada no Plenário logo após o recesso do Congresso.

