BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em depoimento à CPI da Covid, a diretora-técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, contradisse uma fala anterior dela própria em referência ao envio dos chamados invoices —as faturas— para o Ministério da Saúde, por causa da importação da vacina Covaxin.

A nova versão apresentada por Emanuela Medrades coincide com o defendido pelo governo federal.

As suspeitas a respeito das faturas surgiram após depoimento na comissão do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, o servidor da pasta Luis Ricardo Miranda. Os dois apresentaram duas faturas que previam pagamento antecipado pelas vacinas, havia problemas no quantitativo de doses que seriam entregues inicialmente e também que o pagamento seria feito por meio de uma terceira empresa, a Madison, localizada em um paraíso fiscal. Nenhuma dessas questões estava prevista no contrato assinado entre as partes.

Em entrevista no Palácio do Planalto, o secretário-geral da Presidência Onyx Lorenzoni afirmou que os documentos apresentados eram falsos. Disse que a primeira fatura foi apresentada apenas no dia 22 de março deste ano pela Precisa.

A própria Emanuela Medrades havia afirmado em sessão no Senado que a primeira fatura havia sido encaminhada no dia 18, reconhecendo portanto que a versão apresentada pelos irmãos Miranda seria verdadeira.

"Quinta-feira [dia 18 de março] passada fizemos o pedido, encaminhamos as invoices, alguns documentos. Temos alguns documentos que precisam ser retransmitidos ao pessoal do Dimp [Divisão de Importação]", afirmou na sessão do Senado, em vídeo que foi reproduzido nesta quarta-feira pela CPI.

Ao ser questionada sobre o fato, a representante da Precisa afirmou que "não estava sendo detalhista" na fala e afirmou que encaminhou o primeiro invoice apenas no dia 22 de março.

Em depoimento à CPI da Covid, o consultor do Ministério da Saúde William Santana confirmou que havia tido contato com o primeiro invoice no dia 18 de março.

Medrades afirmou que consegue provar sua nova versão e que concorda com acareação com Santana e com o servidor Luis Ricardo Miranda.

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