SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo João Doria (PSDB) anunciou afrouxamento da quarentena no estado, com dez regiões progredindo para restrições mais leves. Apenas uma região regrediu, disse o governador.

O anúncio foi feito durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, zona oeste de São Paulo.

Doria tem sofrido forte pressão tanto de comerciantes quanto política, uma vez que prefeitos têm manifestado a decisão de desobedecer o Plano São Paulo. O governo afirma que o afrouxamento das restrições se deve a melhora com redução de casos de coronavírus nas últimas semanas.

As regiões que passaram da fase laranja para a amarela são região metropolitana de SP, Registro, Araçatuba, Baixada Santista, Presidente Prudente e Campinas.

Essas regiões passarão a poder manter abertos os comércios por mais duas horas, passando das 20h para 22h para o horário de fechamento.

Barretos, Ribeirão Preto, Marília e Taubaté passaram para a fase laranja. Já Araraquara teve piora em indicadores e passa para a fase vermelha.

Inicialmente, Doria disse que nove regiões avançariam. No entanto, posteriormente, em detalhamento, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, afirmou que seriam dez regiões.

De acordo com a classificação anterior, 82% da população do estado estavam na fase laranja e 18% na etapa vermelha. Com a nova reclassificação, 66% passam a estar na fase amarela.

Apesar da reclassificação, a partir das 20h, continua a classificação vermelha para todas as regiões.

A entrada dos municípios na fase amarela também possibilita que as escolas poderão ter maior percentual de alunos, que poderão receber 70% dos alunos. Na fase laranja, esse percentual é de 35%.

O governo apresentou dados de melhora nos dados de saúde de São Paulo.

Em 21 de janeiro, o estado tinha 71,6% das UTIs ocupadas. Agora, chegamos a 67,2% de ocupação.

Em relação à última semana, houve redução de 11% no número de casos e o aumento de 4% nas mortes. "Quando falamos de internação, tivemos 15% em queda, entre a segunda epidemiológica e essa semana. Portanto, essa queda é um sinal muito grande do controle da pandemia no nosso estado", disse o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn,

Nesta semana, após ser pressionado pelo setor de bares e restaurantes, Doria voltou atrás e encurtou a fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo, para todo estado aos fins de semana. Em anúncio feito em coletiva na tarde de quarta-feira (3), o tucano determinou que a rede de comércio e serviços funcione de acordo com a classificação da região já neste sábado (6) e domingo (7).

Iniciado no último dia 25, o endurecimento da quarentena deveria vigorar até 7 de fevereiro. Após esse período, passaria a valer a nova reclassificação do Plano São Paulo. Com a mudança, restaurantes, shoppings e os demais setores poderão voltar a funcionar neste fim de semana, nas regiões de fase laranja.

UTI

O governador criticou o governo federal por desativar leitos de UTI no estado. "O Ministério da Saúde, em plena pandemia, numa das fases mais difíceis da segunda onda da pandemia desabilitou 3.258 leitos", disse Doria.

Segundo ele, isso "estabelece claramente um viés político no comportamento do Ministério da Saúde no enfrentamento de uma crise gravíssima de saúde como essa". O governador disse ainda que outras regiões foram "penalizadas".

Doria afirma que irá judicializar a questão.

O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que, dos quase 5 mil leitos ativos, apenas 564 leitos foram habilitados. "Outros 3.258 leitos de Covid-19 foram desabilitados em plena pandemia", disse.

Ele afirmou que, com isso, o governo federal deixou de fazer aportes de 1,5 R$ bilhão.

"Das 15 milhões de seringas e agulhas que deveriam ser enviadas aos estados, São Paulo solicitou a sua parte, de 3,4 milhões, que não vieram. O programa de vacinação não para e precisa de seringas e agulhas", disse.

VACINAS

Doria afirma que as 20 milhões de doses que ele anunciou que vai comprar devem ser voltadas à população paulista. Segundo ele, a decisão se dá para cumprir a meta de vacinar toda a população até o final do ano

Caso o laboratório Sinovac não consiga mandar as doses, o estado pode comprar outra vacina que não seja a hoje produzida em parceria com o Butantan.

Além dessas doses, há cerca de 100 milhões de doses que devem ir para o Plano Nacional de Imunização, sendo divididas proporcionalmente no país.