RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A taxa de desemprego recuou para 11,2% no trimestre de novembro a janeiro, informou nesta sexta-feira (18) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a menor marca para o período desde o começo de 2016, quando foi de 9,6%.

A queda na desocupação veio acompanhada por nova baixa na renda média do trabalho. O rendimento real habitual foi estimado em R$ 2.489. Trata-se do menor valor para os trimestres comparáveis na série histórica, iniciada em 2012, diz o IBGE.

A redução na renda foi de 1,1% frente ao trimestre imediatamente anterior, de agosto a outubro de 2021 (R$ 2.518). Na comparação com o trimestre de um ano antes, entre novembro de 2020 e janeiro de 2021 (R$ 2.755), a baixa chegou a 9,7%.

Conforme o IBGE, nenhuma das categorias de trabalho pesquisadas apresentou alta no rendimento. Na indústria, por exemplo, houve queda de 4,1%, mesmo com alta na ocupação com empregos com carteira.

"A retração dos rendimentos, que costuma ser associada ao trabalhador informal, esteve disseminada para outras formas de inserção e não apenas às relacionadas à informalidade", disse a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

"Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores em geral", completou.

A taxa de desemprego veio um pouco abaixo das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 11,3%.

Conforme o IBGE, a população desempregada recuou para 12 milhões no trimestre até janeiro. Pelas estatísticas oficiais, uma pessoa está desocupada quando não tem trabalho e segue à procura de oportunidades.

No trimestre imediatamente anterior (agosto a outubro), a taxa de desemprego estava em 12,1%. À época, a população desocupada era estimada em 12,9 milhões.

Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento contempla tanto o mercado de trabalho formal, com carteira assinada ou CNPJ, quanto o informal, sem esses registros.

Em razão da crise econômica gerada pela pandemia, o desemprego ganhou força no Brasil. No começo do ano passado, o número de desocupados chegou a romper a barreira dos 15 milhões, segundo a Pnad Contínua.

A partir da retomada de atividades econômicas e da volta dos informais ao mercado, o indicador passou a recuar.

A abertura de vagas, contudo, vem sendo acompanhada pela renda menor. Escalada da inflação e criação de postos de trabalho com salários mais baixos ajudam a explicar o rendimento mais enxuto, dizem economistas.

No cenário de 2022, as projeções indicam que a retomada do mercado de trabalho deve perder fôlego. Segundo analistas, isso tende a ocorrer devido ao fraco desempenho esperado para a atividade econômica neste ano, o que impactaria a demanda por mão de obra.

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