SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, composta por deputados de diversos partidos de todas as regiões produtoras de cana-de-açúcar e de etanol do país, criticou a decisão do governo Jair Bolsonaro (PL) de zerar, até o final do ano, o imposto de importação sobre o etanol.

O argumento do governo federal é o de que a medida vai ajudar a reduzir o impacto da população sobre a população.

O deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania), presidente da Frente, afirma que a medida será "pouco eficaz para o controle inflacionário".

"Além disso, a redução do imposto poderá significar um grave erro se não estiverem contingenciadas no tempo, de uma forma que a abertura do mercado seja feita dentro de um planejamento que não prejudique o setor", diz Jardim, em nota.

O parlamentar afirma que, em abril, será iniciada a safra 2022/2023 na maior região produtora de etanol do Brasil, com consequente aumento na oferta para o mercado interno e redução nos preços de comercialização.

"A entrada de etanol importado pode desestruturar a estratégia nacional de armazenagem e distribuição do etanol", completa Jardim, solicitando que o governo reavalie a medida e suspenda sua implementação.

"Os efeitos da importação serão danosos a uma indústria que representa 2% do PIB Nacional e gera 700 mil empregos diretos", conclui.