SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) quer promover uma sessão do filme "Marighella" na Câmara dos Deputados. A iniciativa conta com o aval de Wagner Moura, que assina a direção do longa.

O parlamentar irá apresentar um requerimento à Comissão de Legislação Participativa da Casa, que deve ser votado na próxima semana. Presidido pelo deputado Waldenor Pereira (PT-BA), o colegiado é integrado majoritariamente por membros da oposição.

"Há um peso simbólico de uma exibição dentro do espaço congressual num momento em que Bolsonaro dá demonstração de que não tem limite para tentar fechamento de regime", afirma o deputado do PSOL à coluna.

"Além de a gente poder saudar o que foi a resistência à ditaudra empresarial-militar também naquele espaço", segue.

Braga deseja que a exibição seja aberta para outras pessoas além de deputados, mas seu pedido precisa ser aprovado pela Câmara. Ele ainda irá solicitar a realização de um debate sobre a obra após a sessão.

Essa não é a primeira iniciativa da Casa que prestigia "Marighella". Na última terça (16), a Câmara aprovou uma moção de aplausos ao ator e diretor Wagner Moura. A honraria, proposta pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), reconheceu sua defesa da cultura e contribuição para o setor.

"É fundamental que a nossa comissão se posicione reverenciando não só o diretor, [mas] os demais atores do filme pelo excelente papel que desenvolvem e pelo direito do povo brasileiro de conhecer a sua própria história de luta", disse Bomfim na ocasião.

Com direção de Moura e filmada em 2017, a obra é inspirada na biografia "Marighella — O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo", do jornalista Mário Magalhães, e conta a história do guerrilheiro comunista Carlos Marighella, morto pela ditadura militar.

O longa estreou no Festival de Berlim em fevereiro de 2019. No mesmo ano, ao menos dois pedidos de recurso para a comercialização do filme foram negados pela Ancine.

Após uma série de adiamentos por causa de tecnicalidades envolvendo a Ancine (Agência Nacional do Cinema) nos últimos meses, supostamente por causa do forte teor político da trama, e também pela pandemia da Covid-19, o filme chegou neste mês aos cinemas brasileiros.