SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um acidente ocorrido com o filho de um ativista pró-Bolsonaro de São Caetano do Sul (SP) motivou o deputado federal Coronel Tadeu (PL-SP) a apresentar um projeto de lei que elimina a obrigatoriedade do uso de máscaras por crianças em escolas de todo o Brasil.

No mês passado, o filho de 3 anos do engenheiro Giovani Falcone, que lidera um grupo bolsonarista na Grande São Paulo, desmaiou no meio de uma aula numa escola da cidade, enquanto usava máscara.

A cena foi capturada por uma câmera de vídeo na sala, o que levou Falcone a divulgar em redes sociais um vídeo com as imagens, que sensibilizaram o deputado. Segundo o ativista, houve falta de oxigenação causada pela proteção facial.

De acordo com o parlamentar, da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), muitas vezes as crianças não sabem usar máscaras corretamente.

"Também decidi apresentar o projeto porque as máscaras já estão perdendo a eficácia, e estatisticamente as crianças pegam Covid em números muito menores do que adultos", disse o parlamentar.

No Paraná, o deputado estadual Ricardo Arruda (União Brasil) também decidiu apresentar um projeto em âmbito local motivado pelo mesmo caso.

Na prática, os dois projetos terão pouca eficácia prática, uma vez que diversos estados já começaram a dispensar o uso de máscaras por conta própria, com o refluxo da pandemia. Mas servem para reforçar a posição dos bolsonaristas contra o acessório.

Apesar de os números de contaminação por Covid em crianças serem menores, elas não estão imunes à doença, e o uso de máscaras é recomendado e considerado seguro por especialistas.

No último dia 19 de fevereiro, um levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo com base em dados do Ministério da Saúde mostrou que o número de crianças abaixo de 12 anos atendidas com a doença saltou 686% entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022.

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