Custos em alta e capital de giro no limite derrubam otimismo de pequenos industriais em São Paulo
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quinta-feira, 09 de dezembro de 2021
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As micro e pequenas indústrias de São Paulo estão menos otimistas com o futuro no fim deste ano. Aqueles que consideram que os negócios vão melhorar nos próximos meses caíram de 54% para 38%, segundo pesquisa Datafolha para o sindicato que representa o setor.
Entre os pessimistas, aqueles que veem condições para uma piora na produção e nas vendas, houve aumento de 9% para 14%.
A pesquisa realizada para o Simpi (Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo) mostra que para 54% dos empresários "a crise ainda é forte, afeta muito os negócios, e não dá para prever quanto a economia voltará a crescer".
Para 42%, a crise está mais fraca, mas ainda afeta os negócios. Apenas 3% disseram não sentir mais os efeitos da crise nos negócios.
A situação do caixa das pequenas indústrias também não é boa. Quando questionados sobre as condições de suas reservas para capital de giro, 43% disseram que o dinheiro é insuficiente ou muito pouco. Para 46%, o capital é exatamente o suficiente para manter a operação. Somente 10% disseram ter dinheiro mais do que suficiente.
Para o Simpi, as contas apertadas justificam o aumento na busca por crédito. O uso do cheque especial passou de 12% em outubro para 17% em novembro. A contratação de empréstimos foi a saída encontrada por 11% dos micro e pequenos industriais em São Paulo.
Em nota, o presidente do Simpi, Joseph Couri, diz que a pesquisa aponta para mais um período de retração nos negócios, contrariando as expectativas de aumento na demanda por conta do fim de ano. Para ele, a ameaça de uma nova onda de contaminação por Covid-19, com a descoberta da variante de atenção ômicron, tem afetado a economia e refletido diretamente a maioria dos segmentos de produção.
"A busca por crédito e a queda no otimismo dos empresários evidenciam uma crise ainda forte e longe de acabar para as micro e pequenas indústrias. Ao contrário do que se esperava, o final do ano não trará o respiro nas contas para as empresas, comprometendo o fluxo de caixa e, consequentemente, a geração de emprego e renda, além de reduzir ainda mais o poder de compra das pessoas e elevar a inflação."
O indicador de atividade do Simpi é feito mensalmente pelo Datafolha. Segundo o sindicato, 42% das micro e pequenas indústrias brasileiras estão instaladas em São Paulo.

