Curitiba quer adotar parada de ônibus autossuficiente movida a energia solar
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sexta-feira, 25 de março de 2022
RAFAEL BALAGO
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - A prefeitura de Curitiba lançou um edital para buscar ideias de reformas para as estações de seus corredores de ônibus.
A licitação pede a elaboração de um protótipo de nova estação que seja capaz de atender a várias demandas. A principal é que ela seja autossustentável: consiga captar energia solar para manter a iluminação, o ar condicionado e os sistemas de informação funcionando.
Outros pontos exigidos são que o entorno da parada facilite a conexão com outros modais, como o uso de bicicleta e de caronas solidárias. Também deverá haver acessibilidade para pessoas com deficiência e espaço para pequenas operações de comércio e serviços, além de melhorias no entorno.
O edital, no valor de R$ 4,6 milhões, é feito em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), e está aberto a concorrentes estrangeiros. O vencedor da proposta terá de elaborar um protótipo em escala real, que depois será replicado nas estações do sistema. A escolha da proposta vencedora será feita com base em índices de desempenho e custo-benefício.
"Curitiba é referência na América Latina em transporte e, neste programa, usa a inovação como ponto de partida para atender novas demandas e revolucionar mais uma vez a mobilidade urbana", diz Morgan Doyle, representante do BID no Brasil.
Criado na década de 1970, o sistema de ônibus de Curitiba se tornou uma referência internacional. Além de faixas exclusivas para os coletivos circularem pelas avenidas, os pontos de parada foram transformados em míni estações fechadas, onde o passageiro paga a passagem ao entrar. Fazer a cobrança fora do ônibus agiliza o embarque e as viagens como um todo.
O modelo de Curitiba depois ficou conhecido como BRT (Bus Rapid Transit, na sigla em inglês), e foi replicado em cidades como Bogotá, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
As mudanças no sistema de ônibus fazem parte da estratégia de Curitiba para reduzir a poluição, ampliar o uso do transporte público e reduzir as viagens de carro ou moto de 47% para 7% do total até 2050.