SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ator Benedict Cumberbatch, indicado ao Oscar por "Ataque dos Cães", defendeu a obra após o ator Sam Elliot -estrela de filmes como "O Grande Lebowski" e "Nasce uma Estrela", pelo qual também foi indicado pela Academia- chamar o longa de "um pedaço de merda", na tradução literal, durante uma entrevista ao podcast WTF, de Marc Maron.

As críticas do ator de bigode característico foram, em partes, devido à temática LGBTQIA+ do filme, que acompanha um fazendeiro em 1925, no estado americano de Montana, que demonstra, em uma trama brutal e sutil ao mesmo tempo, traços de sua homossexualidade.

"Além desse tipo de negação, de que alguém poderia ter outra existência que não heteronormativa por causa do que faz para viver ou onde nasceu, há também uma intolerância maciça no mundo em geral em relação à homossexualidade e a uma aceitação do outro e de qualquer tipo de diferença", afirmou Cumberbatch, em entrevista a um programa do Bafta, espécie de Oscar do cinema britânico.

Entre as críticas de Elliott, ele ainda comparou os cowboys do longa de Jane Campion a dançarinos dignos de streap-tease -em citação ao grupo Chippendale- e disse que "usam gravatas-borboleta e não muito mais". "Há várias alusões à homossexualidade ao longo do filme", disse, em tom de crítica.

Apontou ainda que, apesar de gostar do trabalho passado de Campion, ela não conhecia o oeste americano. "[Jane Campion] é uma diretora brilhante, a propósito. Eu amo o trabalho dela, o trabalho anterior", começou Elliott. "Mas o que essa mulher de lá da Nova Zelândia sabe sobre o oeste americano?"

"Este é um caso muito específico de repressão, mas também é devido a uma intolerância por essa verdadeira identidade que Phil não pode se realizar totalmente", concluiu Cumberbatch. "Quanto mais olhamos sob o capô da masculinidade tóxica e tentamos descobrir suas causas, maiores as chances de lidar com isso quando surge com nossos filhos."