SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A equipe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) teve de deixar a cidade ucraniana de Mariupol, uma das principais regiões alvo de ataques russos, devido à falta de capacidade operacional no local.

A informação foi confirmada pelo presidente do CICV, o suíço Peter Maurer, nesta quinta-feira (17). Ele está em uma missão de cinco dias em território ucraniano, atualmente na capital Kiev.

Falando a repórteres, Maurer disse que Mariupol é o exemplo mais emblemático da crítica situação humanitária no país do Leste Europeu. Não pôde, porém, dar informações sobre possíveis vítimas do ataque a um teatro da cidade que, segundo autoridades locais, abrigava centenas de pessoas.

Maurer descreveu o conflito como a mais importante crise humanitária observada na Europa "em muito tempo". E instou os governos russo e ucraniano a priorizarem a mitigação do sofrimento civil nas negociações, que seguem virtualmente nesta quinta.

"Selar acordos para corredores humanitários e permitir a entrada de ajuda humanitária devem ser partes centrais da negociação", disse o presidente do CICV. Ele também pediu que infraestruturas civis, como hospitais e escolas, sejam poupadas dos ataques.

Não há previsão de quando a equipe da Cruz Vermelha, hoje nos arredores de Mariupol, conseguirá retornar para a cidade, mas Maurer disse que espera ser "em breve".

Onze caminhões com 200 toneladas de ajuda humanitária da organização chegaram à Ucrânia nesta quarta (16). A Cruz Vermelha atua no país desde 2014, época da anexação da península da Crimeia pela Rússia, que despertou também conflitos na porção leste do país, de maioria étnica russa.

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