Cruz Vermelha diz ter deixado Mariupol após agravamento de crise humanitária
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quinta-feira, 17 de março de 2022
MAYARA PAIXÃO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A equipe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) teve de deixar a cidade ucraniana de Mariupol, uma das principais regiões alvo de ataques russos, devido à falta de capacidade operacional no local.
A informação foi confirmada pelo presidente do CICV, o suíço Peter Maurer, nesta quinta-feira (17). Ele está em uma missão de cinco dias em território ucraniano, atualmente na capital Kiev.
Falando a repórteres, Maurer disse que Mariupol é o exemplo mais emblemático da crítica situação humanitária no país do Leste Europeu. Não pôde, porém, dar informações sobre possíveis vítimas do ataque a um teatro da cidade que, segundo autoridades locais, abrigava centenas de pessoas.
Maurer descreveu o conflito como a mais importante crise humanitária observada na Europa "em muito tempo". E instou os governos russo e ucraniano a priorizarem a mitigação do sofrimento civil nas negociações, que seguem virtualmente nesta quinta.
"Selar acordos para corredores humanitários e permitir a entrada de ajuda humanitária devem ser partes centrais da negociação", disse o presidente do CICV. Ele também pediu que infraestruturas civis, como hospitais e escolas, sejam poupadas dos ataques.
Não há previsão de quando a equipe da Cruz Vermelha, hoje nos arredores de Mariupol, conseguirá retornar para a cidade, mas Maurer disse que espera ser "em breve".
Onze caminhões com 200 toneladas de ajuda humanitária da organização chegaram à Ucrânia nesta quarta (16). A Cruz Vermelha atua no país desde 2014, época da anexação da península da Crimeia pela Rússia, que despertou também conflitos na porção leste do país, de maioria étnica russa.


Thiago Nassif
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