Cresce número de mortos em confronto mais intenso dos últimos anos entre Hamas e Israel
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quarta-feira, 12 de maio de 2021
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O confronto entre Hamas e Israel teve sequência nesta quarta-feira (12), com novos bombardeios aéreos israelenses na Faixa de Gaza, de onde, nos últimos dois dias, o grupo islâmico lançou uma onda de foguetes contra cidades israelenses, como Tel Aviv e Berseba.
Ao menos 49 pessoas morreram desde segunda-feira (10) -43 em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, e seis em Israel, de acordo com autoridades médicas israelenses.
Nesta quarta, Israel realizou centenas de ataques aéreos em Gaza e disse que sua ofensiva matou vários líderes de inteligência do Hamas, como parte de uma nova e extensa série de operações contra membros do alto escalão da facção considerada terrorista. Os aviões de guerra teriam mirado ainda locais que os militares disseram ser pontos de lançamento de foguetes, além de escritórios e residências de outras lideranças do grupo islâmico.
Já o Hamas disse ter disparado ao menos 220 foguetes contra as cidades de Tel Aviv e Berseba durante a noite de terça e madrugada de quarta. A operação aconteceu em resposta à destruição de um prédio de 13 andares no centro de Gaza, no qual as principais figuras do Hamas mantinham escritórios.
De acordo com testemunhas, o edifício havia sido evacuado cerca de uma hora antes do ataque, mas o grupo não deixou claro se houve vítimas. O Hamas também relatou a destruição da sede da polícia palestina e de um prédio de nove andares no centro da cidade que abrigava residências, lojas e uma televisão local.
A nova fase de hostilidades entre Israel e Hamas, que inclui os bombardeios mais significativos desde a guerra de 2014 no enclave, foi desencadeada por confrontos que já duram seis dias entre palestinos e forças de segurança israelenses na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém.
No centro dos conflitos estão a liberdade de culto em pontos da Cidade Antiga -que os palestinos dizem estar sendo tolhida- e uma decisão judicial que prevê o despejo de famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah que, por decisão do tribunal regional de Jerusalém, devem devolver os terrenos a judeus.
Pela lei de Israel, se judeus provarem que suas famílias viviam em Jerusalém Oriental antes de 1948, eles podem pedir a restituição de seus direitos de propriedade. A regra é contestada pelos palestinos, e o governo de Israel argumenta que eles estão "tratando uma disputa imobiliária entre partes privadas como uma causa nacionalista, para incitar violência".
Jerusalém é crucial para o conflito israelense-palestino. De um lado, Israel reivindica a cidade inteira, incluindo seu setor oriental capturado na guerra de 1967, como sua capital. Os palestinos, do outro, buscam fazer de Jerusalém Oriental a capital de um futuro Estado na Cisjordânia e em Gaza.

