SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo estadual retomará o Corujão da Saúde a partir da próxima sexta-feira (1º). Desta vez, o mutirão vai priorizar o atendimento a pacientes com suspeita de diagnóstico de câncer ou que estejam em tratamento contra a doença.

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (29), durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na zona oeste de São Paulo, para anúncio de medidas contra o coronavírus.

"Com a queda de internações por Covid-19 e o avanço da vacinação em São Paulo, que é o estado que mais vacina no Brasil, será possível retomar o Corujão da Saúde nos melhores hospitais públicos e privados, como os hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês e o Oswaldo Cruz", disse o governador João Doria (PSDB).

Esses hospitais particulares citados por Doria só começam a atender a partir do dia 11 de outubro. A partir do dia 1º de outubro, próxima sexta-feira, o atendimento será feito em 45 AMEs (ambulatórios médicos de especialidades) e 55 hospitais da rede própria da Secretaria Estadual de Saúde. Eles irão realizar 76 mil procedimentos dos mais de 330 mil represados até o final de agosto em toda a rede.

Os hospitais privados serão cadastrados até a sexta-feira (1º). Eles devem atender ao chamamento público aberto para realizar o atendimento e prestar os seus serviços ao governo estadual. Até agora, 50 manifestaram interesse em oferecer os serviços.

A demanda reprimida de 335 mil exames, de 11 tipos diferentes em diversas especialidades, que foram cadastrados pelos municípios na Cross (Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde) até o dia 31 de agosto. O programa também irá oferecer 19,1 mil sessões de radioterapia para o tratamento de 1.000 pacientes.

Quase nove em cada dez exames represados (88,8%, ou 297,5 mil) são de imagem, usados, sobretudo, para diagnosticar câncer do aparelho digestivo, tireoide, próstata, cérebro, pulmão e de pele. Do total, 180,5 mil (53,% do total represado) é de tomografia computadorizada, 88,8 mil são ressonâncias magnéticas, e 28,5 mil, ultrassonografias.

"A primeira fase do Corujão da Saúde cuida de uma área muito sensível, que envolve os pacientes oncológicos. Temos a obrigatoriedade de agilizar não somente os diagnósticos destes pacientes, como também o início do tratamento", explicou o Secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn.

Na lista dos procedimentos a serem realizados estão ainda endoscopias (cerca de 18,4 mil), colonoscopias (11,1 mil), retossigmoidoscopias (1,5 mil) e 6,5 mil biópsias.

"Nas próximas semanas faremos uma ampliação com novos anúncios tanto em especialidades como no Corujão Cirúrgico", complementou o secretário.

O Corujão da Saúde foi implantado por Doria enquanto prefeito da capital, em 2017. Na ocasião, o Tribunal de Contas do Município apontou que 20% das 588.320 solicitações de exame foram excluídas da fila.

Além disso, cerca de 30% dos pacientes contatados não compareceram na data agendada para os exames. O órgão também concluiu que a fila por exames na rede municipal voltou a crescer após o fim do programa.

A gestão argumentou que as exclusões foram de solicitações duplicadas ou de casos em que os pacientes não tinham mais necessidade do exame.

Eleito governador, Doria implantou a ideia na sua gestão à frente do governo estadual em 2019. Naquele ano, foram realizados 143 mil exames de endoscopia, mamografia e ultrassonografia.

Também houve um Corujão especial para cirurgias de catarata, com 6,3 mil procedimentos do tipo em todas as regiões. Ainda na área oncológica, ação localizada do programa ocorreu na região de Bauru para atender 65 pacientes que precisavam de tratamento radioterápico.