SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ato nacional pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), marcado para o próximo sábado (2), reunirá na cidade de São Paulo lideranças de ao menos 21 partidos.

Indo da esquerda à direita do espectro político, já confirmaram presença nomes do Cidadania, DEM, MDB, PC do B, PDT, PL, Podemos, Solidariedade, PSD, PSB, PSDB, PSL, PSOL, PT, PV, Rede, UP, PCB, PSTU, PCO e Novo.

Além deles, estarão presentes na avenida Paulista representantes de movimentos sociais e entidades como Direitos Já, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Acredito, UNE, Coalização Negra por Direitos e de centrais sindicais.

Segundo a Campanha Nacional Fora Bolsonaro, que organiza a manifestação, a abertura contará com um ato ecumênico —e o encerramento, com a reprodução do Hino Nacional.

“A programação deixa evidente como a mobilização deste sábado cresceu muito e ganhou uma proporção nacional. Ou tiramos o presidente do cargo ou continuaremos vendo aumentarem o desemprego, a fome e a miséria. A crise social e econômica, que é bastante grave, só piora com os desmandos de Bolsonaro e sua família”, afirma o coordenador nacional da CMP (Central de Movimentos Populares), Raimundo Bonfim, um dos líderes do ato em São Paulo.

Esta será a sexta manifestação contra o presidente convocada pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro desde maio. O último deles foi realizado no 7 de Setembro, no Vale do Anhangabaú, a poucos quilômetros do ato de raiz golpista na avenida Paulista do qual Bolsonaro participou.

Segundo os organizadores, 50 mil pessoas estiveram no Anhangabaú naquele dia. A Polícia Militar estimou 15 mil pessoas.

Em 24 de julho, os manifestantes estimaram 70 mil pessoas presentes na avenida Paulista. Nos atos anteriores, em 3 de julho e 19 de junho, a estimativa foi de 100 mil. Já na primeira manifestação da série, em 29 de maio, os organizadores afirmaram que 80 mil protestaram em São Paulo.

Um processo contra Bolsonaro, se fosse levado a plenário pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), não teria votos suficientes para ser aprovado só com as legendas à esquerda.

Mesmo com o apoio da centro-direita, ainda seria necessária a adesão de pelo menos um dos grandes partidos do centrão para reunir, formalmente, os 342 votos necessários para que a Câmara autorize a abertura da ação. Com isso, o cenário hoje é favorável à continuidade do presidente no cargo.

Partidos que chegaram a ensaiar um descolamento do Planalto após as manifestações de raiz golpista no 7 de Setembro acabaram tirando o pé do acelerador após a carta retórica de Bolsonaro escrita em parceria com o ex-presidente Michel Temer (MDB) e que garantiu sobrevida ao governo.