SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo libanês inaugurou na segunda-feira (5) um consulado honorário em Campinas, no interior de São Paulo. O novo escritório, que será chefiado por Miled El Khoury, faz parte de um projeto de ampliação da representação diplomática do Líbano no Brasil.

Anteriormente, o Líbano contava com a embaixada em Brasília e os consulados gerais em São Paulo e Rio de Janeiro. Nos últimos anos, porém, o país investiu no estabelecimento de outros tantos escritórios. Criou consulados em Belém, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba e Campo Grande. Há planos de expansão para Santos e Florianópolis.

Não à toa o Brasil chama tanto a atenção do Líbano. O país abriga hoje a maior comunidade libanesa do mundo. Há controvérsias sobre as estimativas, mas o Itamaraty fala, por exemplo, em entre 7 e 10 milhões de libaneses e descendentes no país. Segundo informações do novo consulado, há cerca de 300 mil libaneses e descendentes na região metropolitana de Campinas, que será atendida pelo escritório.

A presença de libaneses em cargos públicos é um dos exemplos mais claros da influência dessa comunidade no Brasil. O ex-presidente Michel Temer — que participou da cerimônia de inauguração — é filho de libaneses do vilarejo de Btaaboura. Também tem essa origem levantina o próprio prefeito de Campinas, Dário Saadi, outro presente no evento. Há libaneses e descendentes em outras áreas, ademais. Por exemplo, os escritores Milton Hatoum e Raduan Nassar, a cantora Wanderléa, o ator Maurício Mattar e o jornalista Guga Chacra.

Os laços entre os dois países levaram o Brasil a oferecer ajuda ao Líbano depois que uma explosão devastou Beirute, no ano passado. Há planos, agora, de criar um fundo para brasileiros investirem no Líbano — que vive um dramático colapso econômico nestes últimos meses.