BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A eclosão da guerra na Ucrânia tende a trazer a diplomacia e a política externa para o centro dos debates na campanha eleitoral.

A maior parte dos presidenciáveis, no entanto, tem aproveitado conselheiros antigos para se orientarem e formularem seus posicionamentos, sendo exceção o caso de "sangue novo".

O PT, por exemplo, conta com o ex-ministro de Relações Exteriores e de Defesa, Celso Amorim.

No PSDB, do governador João Doria, o ex-ministro Celso Lafer e o embaixador Sergio Amaral cumprem o papel de porta-vozes informais do partido há anos.

Já Ciro Gomes (PDT) tem ouvido o ex-ministro Mangabeira Unger, com quem já escreveu um livro em 1996.

A exceção é Sergio Moro (Podemos). Segundo sua assessoria, um grupo de conselheiros de política externa, que já fazia parte do núcleo da pré-campanha, está mapeando os possíveis impactos da guerra no Brasil. Mas os nomes dos que o compõem só serão divulgados mais à frente.

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve dificuldade em unificar o discurso sobre o tema. Em viagem à Rússia, em 16 de fevereiro, afirmou que o presidente Vladimir Putin buscava a paz.

Dias depois, o vice-presidente Hamilton Mourão deu declarações duras e defendeu o uso da força em favor da Ucrânia. O Itamaraty se esforça para centralizar as manifestações no embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Ronaldo Costa Filho.