SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O número de policiais militares contaminados pela Covid-19 explodiu nas primeiras semanas de 2022 e, nesta sexta-feira (21), atingiu um total de 2.075 afastamentos.

Esse é um dos maiores contingentes infectados na PM paulista desde o auge da pandemia, em meados de 2020, quando a corporação chegou a contabilizar mais de 3.200 casos.

Para se ter uma ideia do crescimento nesses primeiros dias de 2022, na virada do ano, a corporação tinha 433 afastamentos. Isso significa que houve um aumento de 379% na quantidade de casos nas últimas três semanas, conforme dados obtidos pela reportagem.

Os números incluem diagnósticos confirmados e possíveis casos de Covid-19. A PM de SP tem cerca de 82 mil homens e mulheres na tropa atualmente, incluindo o Corpo de Bombeiros.

A maioria dos tratamentos está sendo feita sem necessidade de internação. Entre os integrantes da corporação, não houve nenhum registro de morte pela doença neste ano.

A quantidade de afastamentos atual, segundo policiais ouvidos pela reportagem, pode representar um recorde de casos reais. Isso porque, na época dos mais de 3.200, havia um grande número de falsos positivos em decorrência dos métodos de testagem adotados por uma empresa contratada. Em alguns casos, o número de diagnósticos errados chegava a cerca de 80%.

Ainda conforme esses dados, desde o início da pandemia, a PM contabilizou quase 1.000 mortes pela Covid-19. Foram 216 óbitos ocorridos no hospital da Polícia Militar --38 da ativa e 178 inativos. Em outros hospitais, houve 752 --67 da ativa e 685 inativos.

e acordo com a PM, apesar da explosão de casos, não houve impacto no policiamento operacional, o que inclui as equipes de policiamento territorial, de unidades especializadas e do Corpo de Bombeiros. Pode ser necessário, porém, empregar o efetivo interno para reforçar o policiamento de rua.

Segundo o governo paulista, a baixa quantidade de hospitalizações se deve ao elevado número de vacinados contra a Covid-19. O índice de pessoas com a primeira dose é de 97%. Com esquema vacinal completo, é de 93%. A PM paulista foi uma das primeiras instituições a receberem a proteção e, a maioria, foi imunizada com doses da AstraZeneca.

POLÍCIA CIVIL

Procurada pela Folha, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não informou o número de policiais civis afastados atualmente no estado.

A gestão João Doria (PSDB) se limitou a dizer que em janeiro de 2022 cerca de 1,69% do efetivo das polícias civis, militares e técnicos-científicos foi afastado em razão da Covid-19. Não houve, porém, detalhamento por instituição.

Conforme reportagem da TV Globo, a delegacia de Capão Bonito, no interior paulista, foi fechada temporariamente após a maioria dos policiais civis da cidade (dez deles) receber resultado positivo para Covid-19. Por isso, o atendimento ao público foi suspenso.

As ocorrências policiais foram encaminhadas para a vizinha Itapeva e, por isso, segundo o governo, não houve prejuízo "aos serviços prestados à população".

Ao jornal Folha de S.Paulo, a Polícia Civil informou que os agentes do distrito policial de Capão Bonito estão retornando gradativamente à rotina dos trabalhos, à medida que estão sendo liberados da quarentena. A previsão é que as atividades estejam normalizadas na próxima semana.

As ocorrências continuam sendo encaminhadas ao plantão da Delegacia Seccional de Itapeva.

Desde o início da pandemia, a SSP e as polícias Civil, Militar e Técnico-Científica têm adotado medidas para garantir a proteção de seus agentes, seguindo as recomendações e orientações das autoridades de saúde e do Centro de Contingência da Covid.

Segundo o governo, neste período, além do programa de vacinação dos efetivos, foram adquiridos e distribuídos equipamentos de proteção individual (EPI), como máscaras, luvas, aventais descartáveis, álcool gel e face shield. Além disso, os ambientes de trabalho, bem como as viaturas e laboratórios, são constantemente higienizados.