SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cleo, 39, estreia nesta quinta-feira (24) sua primeira produção cinematográfica, "Me Tira da Mira", e clima familiar foi o que não faltou para ela nesse novo projeto. A atriz, que vive uma policial civil, contracena com o irmão Fiuk, 31, e o pai, Fábio Jr., 68, e fez questão de incluir várias referências familiares no longa.

Em determinado momento da história, Jorge (Fábio Jr.) conversa com a filha Roberta (Cleo) e diz que, nesse mundo policial, "um dia você é caça e no outro é caçador", em referência à música do cantor "Caça e Caçador". Em outro trecho, Jorge olha para o policial Lucas, vivido por Fiuk, e diz que ele "poderia ser meu filho".

E as menções à família não param por aí. Uma das personagens, a atriz "cancelada" Natasha Ferreiro (Júlia Rabello) tem como maior sonho viver as gêmeas Ruth e Raquel em uma nova versão de "Mulheres de Areia" (1993). Na novela da Globo, era Glória Pires, 58, mãe de Cleo, quem dava vida à irmã boa e à irmã má.

A Glória entrou só como uma referência mesmo, a ideia sempre foi ter eu, meu irmão e meu pai no longa", diz Cleo em conversa com a imprensa ao ser questionada sobre a possibilidade de ter a mãe também na trama, em carne e osso. "Essa foi a primeira vez de nós três juntos em cena e eu quero mais", afirma Cleo.

O filme gira em torno da policial Roberta (Cleo) que precisa desvendar os mistérios por trás da morte da atriz Antuérpia Fox (Vera Fischer). Com a ajuda de sua terapeuta, Isabela (Bruna Ciocca), com quem acaba formando uma dupla na busca por respostas, se infiltra na Clínica Bianchini de Realinhamento Energético para acabar com um esquema que envolve muito dinheiro e drogas.

Porém, o pai de Roberta, que é delegado da Polícia Federal, tenta demover da cabeça dela a ideia de continuar atuante e pede que ela vá trabalhar com ele na PF. Feliz por poder atuar ao lado dos filhos, Fábio Jr. conta que "não dá para separar" o lado pai do colega de cena. "Não tem como", afirma.

Além da emoção de estar com os filhos, esse também é um recomeço na história do cantor no ramo da atuação. Seu último trabalho nessa área havia sido na trama de "Corpo Dourado", em 1998. "Graças à minha filha estou voltando. Pessoas falam que não atuo mais. Meu lance sempre foi o de ser cantor, comecei cantando. Mas se minha filha chama não consigo dizer não", conta o pai.

"Me tira da Mira" também conta com grandes influências em uma mistura de comédia com drama policial e cenas de ação, que foram gravadas durante a pandemia por cerca de cinco semanas. De acordo com Cleo, os filmes "Sr. & Sra Smith" (2005) e "As Panteras" (2000) serviram de referência.

Na história, ela conta com a ajuda do policial Rodrigo (Sergio Guizé), com quem protagoniza cenas de beijos quentes, mesmo em momentos em que o bicho está pegando e as balas de revólver estão rolando, como no longa estrelado por Angelina Jolie e Brad Pitt.

Em determinado momento do filme, até mesmo um ligeiro aspecto de terror aparece e, para esse momento, foi utilizado como referência o filme "O Iluminado" (1980) e a série "Ratched" (2020), com um pano de fundo sombrio e uma enfermeira má dentro de uma clínica. "É um filme resultado de cultura pop, dos clássicos, para todos se divertirem", destaca o diretor, Hsu Chien.

Já partes cômicas ficam a cargo das atrizes Bruna Ciocca, que vive a psicóloga Isabela e que também é coprodutora do filme, e da atriz Júlia Rabello, que dá vida à atriz Natasha Ferrero. Enquanto a primeira afasta o rótulo de profissional certinha para deter bandidos no mundo do crime, Natasha é uma mulher doida e cheia de ansiedade, que acredita estar sendo perseguida. "Para meu processo de composição da personagem eu suspendi todas as minhas medicações", diverte-se Júlia.

Já a vilania se faz presente com Cris Vianna, cuja personagem, Angela Bianchini, é a dona da clínica suspeita de usar drogas em seus clientes. Além dela, quem também se destaca pelo personagem antagonista é Silvero Pereira e seu vilão meio atrapalhado Ramirez que tem como intuito roubar a clínica para enriquecer.

"Me encaixaram em um cenário diferente dos que estou acostumado e foi muito interessante. As cenas de ação eram um desafio", comenta Pereira, que em cena tinha o auxílio do capanga Javier (Kaysar Dadour) para suas tramoias.