SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No momento em que o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, tenta afastar os receios de que o governo Bolsonaro planeja enfraquecer o programa do jovem aprendiz, o Ciee (Centro de Integração Empresa - Escola) lança nesta semana um fórum para defender a expansão das oportunidades oferecidas aos estudantes de 14 a 24 anos.

No final do ano passado, o ministério abriu um grupo de trabalho para, segundo o órgão, "aperfeiçoar o programa de aprendizagem", mas a movimentação pela mudança nas regras gerou desconforto entre entidades sindicais e grupos que apoiam modelo atual do jovem aprendiz.

Cresceu, então, o receio de que o governo tentaria flexibilizar as cotas para aprendizes nas empresas ou liberaria a participação para jovens fora da escola, enfraquecendo o papel do programa como estímulo à educação.

Em mensagens nas redes sociais, na semana passada, Lorenzoni disse que "ninguém vai acabar com o menor aprendiz, como maldosamente andam espalhando por aí".

Segundo o Ciee, o fórum vai ter parcerias como o Lepes-USP (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Economia Social) e a APE (Academia Paulista de Educação). A meta é falar sobre a quantidade de vagas de estágio e aprendizagem ofertadas no mercado, considerada baixa atualmente diante do número de jovens na faixa etária.

Também foi preparado um documento que aponta a baixa qualidade do ensino e as dificuldades atuais na incorporação dos estudantes ao mundo do trabalho, incluindo a necessidade de atualização de currículos escolares no contexto das inovações.

"Vamos lançar o fórum para defender e fortalecer a tese de que sem trabalho não há educação. O objetivo é abrir mais vagas. Hoje, uns 500 mil jovens são atendidos no Brasil, mas tem uma demanda para 17 milhões de jovens estudarem e trabalharem", diz Humberto Casagrande, presidente do Ciee.