FORTALEZA, CE (FOLHAPRESS) - O senador Cid Gomes (PDT-CE) disse que foi uma "molecagem" a operação feita pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (15) e que apura irregularidades na reforma do estádio Castelão.

Governador do Ceará à época da assinatura do contrato de concessão do Castelão ao consórcio encabeçado pela Galvão Engenharia, em 2010, Cid foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão realizados por equipes da PF --igual a seu irmão, o pré-candidato à presidência Ciro Gomes.

"O presidente Bolsonaro, que é um moleque maior, está aparelhando a Polícia Federal. Ele recrutou um medíocre, aliado de seus familiares, para dirigir a Polícia Federal (se referindo a Paulo Maiurino). Vou recorrer para ter de volta meu aparelhos de telefone, meu Ipad, minha vida está ali ", disse Cid Gomes, em entrevista coletiva concedida na Assembleia Legislativa do Ceará.

Como Ciro Gomes, o senador tratou a operação como política, segundo ele para beneficiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e adversários políticos no Ceará --ele citou o deputado federal Capitão Wagner (Pros-CE), que é pré-candidato ao governo do Ceará.

Cid defendeu que os contratos para a reforma do Castelão foram feitos corretamente e que houve aprovação das contas pelos órgãos fiscalizadores, como o TCU (Tribunal de Contas da União). Orçado em R$ 518,6 milhões, o Castelão foi construído com dinheiro de empréstimo recebido do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) , de R$ 351,5 milhões, e o restante com verba do governo do Estado. Investigação da PF aponta pagamento de propina a políticos para direcionamento da licitação.

Cid Gomes criticou também o juiz que autorizou a operação, Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, da 32ª Vara Federal Criminal do Ceará. No inicio de novembro, Almeida absolveu um homem que negou a existência do holocausto em publicação em rede social.

Na decisão, o juiz defendeu a liberdade de expressão e comparou a negativa do holocausto à dúvida que algumas pessoas podem ter se de fato o homem chegou à Lua.

"Esse juiz é um tipo esquisito, com decisões polêmicas. Essas coisas não são neutras. Dia desses ele absolveu uma pessoa que dizia que o holocausto não aconteceu. Ou seja, é um antissemita, no mínimo. O que me dizem é que é ligado pessoalmente a adversários políticos", disse o senador.