SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Assim como nos últimos dias, as chuvas de verão continuam castigando a Grande São Paulo. Nesta segunda-feira (7), a região mais afetada foi a zona leste, principalmente, Itaim Paulista, Ferraz de Vasconcelos e Poá, onde os rios transbordaram e várias ruas foram alagadas. Segundo o Corpo de Bombeiros, foram 19 alagamentos registrados.

Em alguns locais, só apareciam o teto dos carros estacionados e os moradores lutando para tirar a água de dentro de casa. Por causa do excesso de água, os trens deixaram de circular nessas cidades até por volta das 18h. E o retorno foi com velocidade reduzida.

Outros bairros da zona leste também receberam grande quantidade de chuva, como a Penha. O CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) emitiu o alerta de atenção na região por volta das 17h, mas a precipitação seguiu para a região norte e a situação se normalizou.

Segundo a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), as fortes chuvas dos últimos dias provocaram um problema nas galerias pluviais que passam embaixo dos trilhos entre as estações Tatuapé e Corinthians-Itaquera. Por causa disso, nesse trecho os trens passaram a circular em apenas uma via, o que diminuiu a velocidade em toda a linha, provocando aglomeração nas estações desde as primeiras horas do dia.

Por volta das 17h30, a Defesa Civil abriu um alerta para possibilidade de temporal na zona norte, principalmente, entre Mairiporã e Franco da Rocha, que foi castigada no fim de janeiro.

Segundo levantamento do Corpo de Bombeiros, das 13h desta segunda até 18h, 178 árvores haviam caído na cidade por causa das rajadas de vento. De sexta a domingo, a corporação contabilizou 418 ocorrências deste tipo.

SITUAÇÃO VAI CONTINUAR NOS PRÓXIMOS DIAS

Como tradicionalmente acontece no final do verão, as tempestades costumam castigar a capital paulista. E a tendência é que esse cenário siga nos próximos dias. Segundo o CGE, a previsão até sexta-feira (11) é de muito calor, por volta dos 33° C, durante o dia e chuva forte à tarde.

"Essas tempestades são formadas quando a brisa marítima se choca com o calor e a umidade da cidade. Isso sempre acontece e são chuvas de 50 mm a 70 mm, que é muita água", explica o meteorologista do CGE Michael Pantera.

Pantera afirma que não é possível fazer uma previsão correta dos locais com mais possibilidade de receber o maior volume de chuva, uma vez que as nuvens se formam em toda a região.

Mas ele comemora a existência dos piscinões. "As principais avenidas onde foram construídos os piscinões tiveram uma grande melhora, ainda mais nessas chuvas concentradas. Eles seguram a água e vão soltando aos poucos. Com certeza o impacto deles é muito grande", diz.

O especialista alerta apenas quando chove forte na área do Cebolão, o entroncamento dos rios Tietê e Pinheiros, na zona oeste. Para ele, esse é o único lugar em que uma enchente pode parar a cidade, como ocorria antigamente.

Como não é possível prever se as enchentes atingirão as ruas de seu bairro, Pantera diz que só nos resta torcer para isso não acontecer. "Se ocorrer, é seguir o que diz os Bombeiros: permanecer em local seguro e evitar transpor alagamentos, pontes alagadas e enxurradas."