Chefe da Pfizer confirma conversa telefônica com governo e afirma que Guedes pediu mais doses
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quinta-feira, 13 de maio de 2021
CONSTANÇA REZENDE, JULIA CHAIB E RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em depoimento à CPI da Covid, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, confirmou a conversa telefônica mencionada pelo ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten, que envolveu o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Murillo afirmou que telefonou ao ex-secretário ao ter conhecimento de um e-mail de Wajngarten para o CEO global da Pfizer, sobre um ofício da empresa que estava parado há dois meses no governo.
De acordo com ele, o secretário inicialmente se inteirou das tratativas e depois seguiu para o gabinete de Bolsonaro, que recebia o ministro Paulo Guedes.
"Ministro Guedes perguntou o quantitativo ofertado. Ele indicou que o Brasil precisava mais quantidade e eu respondi que nós vamos procurar oferecer maior quantitativo", disse Murillo.
Em depoimento no dia anterior, Wajngarten havia trazido a informação do telefonema. Em seu relato, afirmou que o presidente escreveu em um papel a palavra "Anvisa", indicando que seria necessário primeiro a autorização da agência de vigilância sanitária. E Guedes, segundo afirmou, teria dito "vacina é o caminho".