Cantora Marina menciona Bolsonaro e diz que 'censura ainda está viva'
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quarta-feira, 30 de março de 2022
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A cantora britânica Marina, 36, -que usava o nome de Marina and the Diamonds, e se apresentou no Lollapalooza Brasil na última sexta-feira (25)-, foi ao Twitter criticar o pedido de proibição de manifestações políticas durante shows do festival, acatado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"A censura ainda está viva e bem. Os advogados de Bolsonaro entraram com uma petição ao Supremo Tribunal Eleitoral para impedir que artistas façam 'manifestações políticas', devido a mim e outros 2 artistas que deram voz as suas opiniões no Lolla", escreveu ela na rede social nesta terça-feira (29), mencionando os momentos de seu show em que xingou Putin e Bolsonaro no palco.
"Muitos de nós estão cansados desses velhos que pensam que são donos dos países que 'lideram'", continuou em outro tuíte. "Eles não são donos de nada. E eles são mais fracos do que pensamos. Quando as pessoas sentem que não têm poder, tentam tirá-lo dos outros".
O ministro Raul Araújo decidiu liminarmente no último sábado (26) que manifestações a favor ou contra qualquer candidato ou partido político estavam proibidas no festival Loollapalooza, sob pena de multa de R$ 50 mil.
Na decisão, Araújo acatou parcialmente um pedido da campanha de Bolsonaro, realizado na manhã do mesmo dia após as manifestações políticas de Pabllo Vittar e da cantora Marina.
Os advogados do PL também haviam solicitado a condenação do Lollapalooza por propaganda eleitoral antecipada, pedido que não foi aceito.
Ministros das cortes superiores acreditam que o teor da ordem pode ser interpretado como censura. Há o receio de que o TSE acabe deslegitimado nesse processo, o que deu início à articulação para reverter a liminar.
Em resposta, a empresa produtora do Lollapalooza, a T4F, entrou com pedido de reconsideração no TSE na tarde de domingo. No documento encaminhado à corte eleitoral, a defesa do festival afirma não ter como fazer cumprir a ordem que "veda manifestações de preferência política" e diz não poder agir como censora privada, "controlando e proibindo o conteúdo" das falas.