SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Lideranças de caminhoneiros de diversos estados se reúnem em Brasília para debater uma pauta unificada da categoria. Um encontro de três entidades do setor está marcado para a manhã de sábado (18), seguindo até as 17h.

Não há agenda prevista com representantes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), mas parlamentares ligados à pauta poderão comparecer.

Motoristas ligados à CNTTL (Conferação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística), à Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores) e ao CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) se reunir ão no Hotel Laguna para discutir cerca de 15 reivindicações.

Os três grupos que organizaram o encontro nacional não apoiaram formalmente os atos de raiz golpista de 7 de setembro, que foi sucedido por paralisações nas estradas.

Muitos dos caminhoneiros que pararam nas estradas na ocasião mantêm o apoio ao presidente Jair Bolsonaro, outros viram na movimentação uma forma de pressionar o governo contra a alta dos combustíveis.

Não há previsão de participantes, mas as organizações convocaram motoristas de todos os estados. Wallance Landim, o Chorão, um dos líderes na greve de 2018, que parou o país por 11 dias, já estava reunido com lideranças estaduais nesta sexta-feira (17) quando os caminhoneiros começaram a chegar em Brasília.

Nos bloqueios de 7 de setembro, as manifestações eram contrárias ao STF (Supremo Tribunal Federal) e não incluíam pontos básicos da pauta da categoria, como piso mínimo de frete e preço do combustível.

"Cerca de 60% das lideranças nacionais estarão presentes nesta reunião, que poderá nortear a luta caminhoneira. Muitos ali nem se entendem, mas a busca é de união", afirmou Joelmis Correia, do Movimento GBN (Galera da Boleia da Normatização Pró-Caminhoneiro).

Segundo ele, as lideranças são presidentes de federações, confederações, sindicatos, formadores de opinião e pessoas com voz ativa nas redes sociais.

O caminhoneiro autônomo Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga), de Ijuí (RS), afirmou, de Brasília, em vídeo veiculado em redes sociais, que a categoria "ganhou tudo em 2018 e levou nada até o presente momento". Ele refere-se ao preço do combustível e à política nacional de piso mínimo, implementada por meio de lei durante o governo Michel Temer (MDB), que enfrenta três ações de transportadoras e de ruralistas no STF.

"Vamos seguir batendo, independentemente do governo que seja, de direita, de centro ou de esquerda porque só nossa pressão nos leva a vencer e a continuar no mercado sobrevivendo", afirmou no vídeo, ao lado de outros caminhoneiros, todos de máscara. "A luta faz a lei", gritaram todos ao fim do vídeo.

PAUTAS DA CATEGORIA

Defesa da constitucionalidade do piso mínimo de frete

Retorno da aposentadoria especial aos 25 anos contribuição ao INSS

INSS pago pelo caminhoneiro

Objeção ao projeto BR do Mar

Liberação dos caminhões de 11 eixos

Subsídio público para renovação de frota

Composição do preço do combustível

Pontos de parada

Situação do exame toxicológico

Aperfeiçamento do documento eletrônico de transporte

Destinação de 30% das cargas da Conab às cooperativas

Discussão sobre Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas

Jornada de trabalho