SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um veículo da produção da ArtSampa, nova feira de arte de São Paulo que começa nesta quarta-feira na Oca, no parque Ibirapuera, passou por cima de uma escultura do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM.

A obra, de 1990, foi feita pelo artista Carlos Fajardo e fica no jardim de esculturas do museu, numa área externa no parque com trabalhos do acervo da instituição cultural. A gerência do espaço em si é da empresa Urbia.

Parte das 30 esculturas que estão nessa área, que se estende da frente do MAM até a marquise, está dentro da própria estrutura da feira. A obra de Fajardo, no entanto, estava numa área de manobra da produção.

Depois do acidente, que aconteceu nesta madrugada, a feira cercou o trabalho para isolar a peça com fitas plásticas. A equipe também vai arcar com o restauro do trabalho a partir da avaliação do restaurador do museu.

A ArtSampa afirmou, num primeiro momento, que o museu não enviou o mapa completo das esculturas e, por isso, a obra, que fica no chão, acabou sendo danificada sem a sinalização que teriam colocado caso soubessem dela ali.

Após a publicação desta reportagem, a feira disse que houve uma visita técnica realizada pelo museu com a equipe de produção da ArtSampa na área delimitada para o evento e suas ativações e para área de manobra, que seria realizada em apenas um dos lados do espaço.

Segundo eles, foi um erro de um dos motoristas passar pela área que não estava dentro dos limites da feira e, por isso, reconhecem que o equívoco foi da própria ArtSampa.

Na manhã desta quarta, ainda havia caminhões passando por essa área onde está a obra, e a feira agora reforçou o gradeamento para evitar que veículos passem ali.

O MAM de São Paulo é um dos participantes da nova feira. O estande do museu é voltado à produção da nova edição de seu Clube de Colecionadores, com obras dos artistas Alex Flemming, Gabriela Albergaria e Xadalu Tupã Jekupé, e trabalhos de edições anteriores.

A ArtSampa é comandada por Brenda Valansi, fundadora da ArtRio. "Vir para São Paulo sempre esteve no nosso planejamento. Uma empresa carioca vir para cá é uma expansão importante", disse ela, sobre os preparativos da feira.

Isso porque, segundo Valansi, chegar à capital paulista amplia a divulgação da marca para atingir novos públicos e é também um chamariz para patrocinadores, que contam com duas praças.

Com estandes de até 60 metros quadrados, a feira apresentará, por exemplo, obras para o centenário de Nelson Leirner, trabalhos digitais vendidos com NFT e uma curadoria especializada em videoarte.

"Quis trazer espaços em que o público possa entender o trabalho do artista, ou por que aquele determinado nome está sendo homenageado, para que a feira, de alguma maneira, passasse mais conteúdo às pessoas", disse ainda Valansi.

Em nota conjunta, o MAM e a Urbia lamentaram o acidente e afirmaram que "já tomaram as devidas medidas necessárias junto à feira para que a obra seja restaurada imediatamente".