RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a ignorar as regras de trânsito ao andar na garupa de uma moto sem usar capacete durante trajeto em estrada de Quixadá, no interior do Ceará.

Em vídeo publicado nas redes sociais do próprio presidente nesta quarta-feira (23), ele aparece como passageiro em uma motocicleta, seguido por outros veículos de apoiadores. O condutor, que vestia uma camisa do Brasil, também não utilizava capacete.

Segundo o artigo 244 do Código de Trânsito Brasileiro, é infração gravíssima conduzir motocicleta sem capacete ou transportar passageiro que não esteja utilizando o equipamento de segurança.

A lei prevê como medida administrativa a retenção do veículo até regularização e o recolhimento do documento de habilitação. A penalidade para a infração é multa e suspensão do direito de dirigir.

A gravação mostra, em seguida, Bolsonaro circulando de moto pela cidade, ainda na garupa, acenando para apoiadores. "Aqui é Ceará, porra!", ele diz à câmera.

Após descer da motocicleta, Bolsonaro gravou um vídeo lembrando que já esteve no município em 2017. "Revivendo a liberdade em duas rodas com meu motorista particular aqui", ele diz, abraçando seu apoiador.

O presidente foi a Quixadá nesta semana para entregar obras de abastecimento de água e para lançar a "Força-Tarefa das Águas", programa que prevê a aceleração da entrega de poços e cisternas.

Esta não é a primeira vez que Bolsonaro ignora a legislação de trânsito. Em abril de 2019, ele circulou com o capacete levantado durante volta de moto no Guarujá.

Em fevereiro de 2020, em retorno à cidade, Bolsonaro andou de motocicleta sem que o capacete estivesse afivelado, em ao menos um trecho do trajeto.

A Folha de S.Paulo mostrou que, até dezembro do ano passado, as viagens de Bolsonaro para participar de motociatas em seu apoio pelo país já haviam custado R$ 5 milhões dos cofres públicos.

Em 2021 ocorreram mais de 10 eventos do tipo. As motociatas serviram como palco para os arroubos autoritários do presidente, que buscou uma demonstração de força em meio à queda de popularidade impulsionada pelo avanço da inflação e pela exposição do governo federal na CPI da Covid.