GUARUJÁ, SP (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) repete neste feriado de Carnaval, em Guarujá, no litoral paulista, um roteiro já conhecido de passeios de jet-ski e motocicleta, além de jantares e saídas acompanhado de comitiva.

Ele está hospedado desde sábado (26) no hotel de trânsito do Forte dos Andradas, onde deve ficar até quarta (2). Não há agenda oficial para o período.

As imagens remetem às vistas nos últimos dias de 2021, quando enfrentou críticas pelos dias de folga em meio às intensas chuvas na Bahia.

Na ocasião, viajou para Penha, no litoral de Santa Catarina, e visitou o parque Beto Carrero World. Dias antes, próximo ao Natal, em outra visita a Guarujá, fez passeios de lancha com dança de funk, pastel em feira livre, jantar em pizzaria, presença em culto evangélico e pescaria em uma ilha conhecida por répteis perigosos.

Desta vez, Bolsonaro enfrentou pressão para um posicionamento do Brasil diante da guerra na Ucrânia -e foi alvo de críticas de presidenciáveis que devem disputar as eleições deste ano.

Essa é a décima passagem de Bolsonaro por Guarujá desde o início do mandato. Na comitiva que o acompanha estão o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten, o deputado federal Helio Lopes (PSL-RJ) e os assessores especiais Mosart Aragão e Max Guilherme.

Na segunda-feira (28), o presidente deixou o forte logo cedo para o passeio mais longo desde a chegada ao litoral: saiu de moto por volta das 10h e retornou às 13h30.

No trajeto, utilizou a travessia de balsas entre Guarujá e Santos, onde atendeu a apoiadores sem o uso de máscara obrigatória contra a Covid-19. O registro foi publicado nas redes sociais de um de seus assessores especiais, o tenente Mosart Aragão.

Bolsonaro teve ainda a Praia Grande como destino novamente. Ao chegar ao município vizinho, parou para fazer selfies, comeu pastel, visitou uma loja de acessórios para motos e atendeu mais apoiadores em frente a um supermercado no bairro Canto do Forte. Ele chegou a iniciar uma transmissão, que durou apenas poucos segundos.

No sábado (26), Bolsonaro se posicionou de forma discreta sobre a guerra na Ucrânia, por meio das redes sociais, informando que o governo providenciaria meios de transporte, como aviões comerciais ou da FAB (Força Aérea Brasileira), aos brasileiros que estão na cidade de Chernivtsi, próxima à fronteira com a Romênia.

No domingo (27) falou mais abertamente sobre o tema. Ele convocou uma entrevista coletiva no hotel em que está hospedado e afirmou que, neste momento, o Brasil deverá adotar uma postura de neutralidade.

Bolsonaro discordou da palavra massacre dita por uma jornalista durante a entrevista e, ainda, ironizou o fato de Volodimir Zelenski trabalhar como ator e comediante antes de ser alçado à Presidência da Ucrânia.

O presidente ainda tentou justificar sua posição ao citar os interesses econômicos com a Rússia e disse que não há nenhuma condenação sobre as ações do presidente russo Vladimir Putin.

Bolsonaro disse ainda que tinha conversado "há pouco" com Putin, por duas horas. Mais tarde, afirmou em rede social que se referia à conversa presencial quando da sua visita ao Kremlin, no último dia 16. O Itamaraty também informou que se tratava desse encontro.

Os assessores especiais Mosart Aragão e Max Guilherme publicam de forma recorrente vídeos de quase todos os passeios de Bolsonaro por Guarujá. No primeiro deles, a bordo de um jet-ski, é possível ver Bolsonaro sendo recepcionado por grupos de apoiadores em lanchas próximas a Praia Grande.

No período, ele também saiu para jantar em um restaurante no bairro Vila Maia, próximo à praia de Pitangueiras. Na saída do local, fez selfies e provocou novas aglomerações ao lado de apoiadores que o aguardavam na porta.

Também almoçou na Fortaleza de Itaipu, em Praia Grande, e passou de jet-ski pela praia do Guaiúba, em Guarujá, novamente provocando aglomerações.