SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Representantes da ala ideológica do bolsonarismo colocaram na conta da ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, a aprovação de forma arrasadora pelo Senado da chamada Lei Paulo Gustavo, que garante R$ 3,86 bilhões para a Cultura. Foram 74 votos a favor e nenhum contra.

Segundo o jornal digital Brasil Sem Medo, fundado pelo filósofo Olavo de Carvalho (morto em janeiro), a ministra comandou a articulação junto ao centrão, bloco integrado por seu partido, o PL. Ela deve se desincompatibilizar até o final do mês, para disputar o Senado pelo Distrito Federal.

"A aprovação do projeto anulará reformas que estão combatendo abusos da Lei Rouanet, devolvendo o dinheiro da Cultura à esquerda e seus currais eleitorais", disse o jornal.

Bolsonaristas defendem o veto ao texto, com o argumento de que ele dá a estados e municípios a responsabilidade maior pela distribuição dos recursos. O veto foi pedido, entre outros, pelo secretário da Cultura, Mário Frias, e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP).

Um dos votos favoráveis ao projeto foi do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), irmão de Eduardo. Ele tampouco foi poupado. Silvio Grimaldo, um dos principais discípulos de Olavo, comparou-o a uma "fraquejada", em referência ao modo como o presidente Jair Bolsonaro referiu-se a sua única filha, Laura.