SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após o feriado em São Paulo, o mercado financeiro do Brasil operou de modo a acompanhar o movimento dos papéis brasileiros no pregão de Wall Street na última sexta-feira (9). Na ocasião, o ETF (fundo de índice) iShares MSCI Brazil, considerado uma medida do desempenho do Ibovespa em dólar, subiu 1,3%. Nesta segunda (12), avançou quase 2%, enquanto o Ibovespa subiu 1,73%, a 127.593,83 pontos.

O índice também foi impulsionado pela disparada de 8,18% da ação da Embraer nesta segunda, após a empresa informar que recebeu pedido firme para 30 jatos E195-E2 e direito de compra de mais 50 aeronaves do mesmo modelo da Porter Airlines. O pedido já fora divulgado em maio, com o anúncio desta segunda incluindo os direitos de compra e o cliente.

As ações da companhia ainda foram beneficiadas por um movimento ligado ao avanço da vacinação, apontam analistas, que também teve um impacto positivo em CVC (7,29%), que caiu quase 6% na última semana.

"O avanço na imunização gera perspectivas positivas sobre a retomada econômica nacional", diz Thayná Vieira, economista da Toro Investimentos.

Acompanhando o viés positivo, o dólar caiu 1,26%, a R$ 5,1730. O turismo está a R$ 5,3370.

Outro ponto positivo para o mercado, segundo especialistas, é a possível mudança na reforma tributária encaminhada recentemente pelo governo ao Congresso Nacional. O ministro da Economia, Paulo Guedes, assegurou em almoço com empresários na semana passada que eventuais distorções serão corrigidas.

O real também se fortaleceu com expectativas de juros maiores no Brasil no curto prazo com a alta da inflação. Juros mais altos no Brasil elevam a rentabilidade do mercado de renda fixa doméstico, o que tende a atrair capital estrangeiro e, consequentemente, beneficiar o real.

Segundo a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central, o mercado espera que a taxa básica de juros (Selic) ao final deste ano vá a 6,63% na mediana das projeções. No levantamento anterior, esse percentual estava em 6,50%. A taxa atual é de 4,25%. Para 2022, a Selic passou a ser vista em 7,0% —na pesquisa divulgada na semana passada, a taxa estimada era de 6,75%.

Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq Composite renovaram máximas históricas, impulsionados pelas ações da Tesla, que subiu 4,38%.

Além disso, a temporada de resultados corporativos nos EUA do segundo trimestre começa nesta semana com grandes expectativas, o que também impulsiona os índices.

Na Bolsa brasileira, outro destaque foi o BK Brasil, que avançou 7,92% após a responsável pelas franquias das redes Burguer King e Popeyes no país fechar acordo para operar a Domino's Pizza no Brasil.

Já a Vale avançou 1,24%, com o setor de mineração e siderurgia como um todo com forte valorização, em meio à alta dos preços do minério de ferro e do aço na China. CSN saltou 6,17%. Na sexta, a Vale saltou 3% em Wall Street.

Itaú Unibanco e Bradesco valorizavam-se 1,37% e 2,52%, respectivamente, tendo ainda de pano de fundo notícias sobre potenciais mudanças em medidas propostas pelo governo na segunda fase da reforma tributária.

B3 fechou em alta 3,47%, em sessão de recuperação, após cair quase 4% nos primeiros pregões do mês.

As ações preferenciais (mais negociadas) da Petrobras subiram 0,87% e as ordinárias (com direito a voto), 1,03%, mesmo com o declínio dos preços do petróleo no mercado externo. No setor, PetroRio recuou 0,72%.

Cosan valorizou-se 6%, tendo renovado máximas históricas, em meio a expectativas para a oferta inicial de ações da Raízen, joint venture da empresa com a Shell na área de distribuição de combustíveis e produção de açúcar e etanol. O IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) foi protocolado no começo do mês passado.

JHSF subiu 4,91%, após reportar crescimento de 63,9% nas vendas contratadas no segmento de incorporação no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 556,8 milhões.

Banco Inter valorizou-se 3,48%, após prévia operacional do segundo trimestre, quando atingiu 12 milhões de clientes, mais do que dobrando sua base ante o mesmo período do ano anterior.