RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os blocos de rua estão proibidos no Rio de Janeiro, mas as cornetas não pararam de tocar. Cortejos e grupos de músicos resolveram sair às ruas muitas vezes parados, driblando a fiscalização que já dispersou algumas andanças de foliões na largada do Carnaval.

Na manhã deste sábado (26), duas rodas de instrumentos animavam a Pedra do Sal e o largo de São Francisco da Prainha, na região central carioca. Uma bica de água amenizava o calor de quase 30º C em quem passava por lá.

A cerca de um quilômetro dali, o clima também era de festa, com muitos ambulantes e fantasias, brilhos e glitter como traje. A Polícia Militar chegou a ligar a sirene da viatura para espalhar a aglomeração no início, fazendo a música parar por um tempo, mas depois o cortejo seguiu caminhando (um dos poucos).

Questionada, a PM não respondeu quantas ações do tipo realizou até agora --a reportagem soube de pelo menos duas. Apenas afirmou que mobilizou mais 8.760 policiais para reforçar o patrulhamento ordinário, o que representa um efetivo extra 21% superior ao do ano passado, quando o evento também estava suspenso.

Segundo o secretário municipal de Ordem Pública, Brenno Carnevale, a Guarda Municipal havia dispersado dois "possíveis blocos" na região até a manhã deste sábado. Nenhum incidente foi registrado.

"Blocos na rua não estão permitidos, ainda que parados. No entanto, nossa atuação está pautada mais pela conscientização e pelo diálogo. Estamos evitando, por exemplo, fechamentos de vias importantes ou transtornos para a locomoção da cidade como um todo", disse ele.

No caso do último bloco, porém, a avenida Presidente Vargas chegou a ser bloqueada pelos foliões por poucos minutos, próximo à igreja da Candelária. Um ônibus que ficou preso no trânsito de gente amassou a roda da bicicleta de um ambulante. Uma viatura do programa Segurança Presente observava a passagem.

Já na noite desta sexta (25), uma roda de músicos parados animava o Aterro do Flamengo e uma outra, a Praça da Harmonia, enquanto os foliões dançavam em volta. Muitos deles seguiram direto para os blocos que aconteceram pela manhã.

Enquanto isso, várias festas privadas, que foram permitidas, também acontecem na cidade. As únicas regras impostas pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) são o uso de máscara em local fechado (teoricamente com multa de R$ 621) e a apresentação de comprovante de vacinação.

Já as multas para empresas organizadoras dos eventos que eventualmente não cobraram o passaporte de imunização variaram entre R$ 3.105 e R$ 6.210 neste início de ano, segundo o município.

O secretário Carnevale disse nesta sexta à reportagem que não há previsão de multa para participantes em blocos clandestinos. Porém se organizadores fossem identificados, afirmou, poderiam sofrer multa administrativa de cerca de R$ 1.000, aumentando em caso de reincidência.